Aos apoiadores do cercadinho do Palácio do Alvorada, o presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a mirar ataques no ex-presidente Lula (PT), favorito a vencer as eleições de outubro, segundo as pesquisas eleitorais. Recentemente, ele já havia feito críticas ao petista, mas vinha ‘dividindo a artilharia’ contra outros adversários.
“Tem cara que acredita que o Lula combateu a corrupção, pô”, atacou o ex-capitão nesta quinta-feira 27. A declaração ocorreu em meio a críticas de Bolsonaro à esquerda brasileira e novas exaltações ao torturador Carlos Alberto Brilhante Ustra.
“A esquerda fala que sempre defendeu a democracia e tem jovem que acredita”, disse. “Essa coisa de falar do Ustra é só falar a verdade. […] O povo só começou a acordar por ocasião do impeachment da Dilma, em que eu citei quem foi esse major do Exército”, completou.
Bolsonaro também acusou, sem provas, a esquerda brasileira de receber financiamento de outros países para atacar a democracia brasileira. Segundo disse, há algumas décadas, brasileiros receberiam dinheiro de Cuba e da Albânia para desestabilizar o Brasil.
Na conversa, o ex-capitão foi questionado ainda sobre o possível bloqueio ao aplicativo de mensagens Telegram durante as eleições. O Tribunal Superior Eleitoral e o Ministério Público estariam avaliando restringir o acesso ao app, caso a empresa não colabore com a criação de mecanismos para combater as fake news durante o período eleitoral.
Bolsonaro disse então que não iria comentar o ‘absurdo’ e classificou, rapidamente, o possível bloqueio como ‘uma covardia’. No sábado 22, ao atacar a vacinação, ele disse que só sobraria a ‘rede de zap’ para compartilhar suas teorias negacionistas sobre o imunizante.
Após tratar brevemente do possível bloqueio, Bolsonaro ainda reclamou de uma divisão de conservadores no Brasil, mas sem citar as brigas recentes entre antigos aliados. Abraham Weintraub, Mário Frias e Eduardo Bolsonaro protagonizaram discussões públicas recentes, além de Fábio Faria e Ernesto Araújo, embate que terminou em processo do atual ministro contra o ex-chanceler.
“A luta [pela liberdade] é mundial, não é no Brasil. Mas esse povo dormiu por décadas e acordaram comigo. E de vez em quando começa a querer se dividir”, reclamou o ex-capitão.
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