O Tribunal de Contas da União abriu uma investigação para apurar possíveis irregularidades na preparação do Enem 2021. Na mira, os indícios de interferência no Inep, responsável pela organização da prova.
A presidenta do TCU, Ana Arraes, recebeu nesta semana representantes da Câmara dos Deputados, que apresentaram informações preliminares sobre as suspeitas. Posteriormente, os parlamentares protocolaram uma representação.
A partir de agora, a Corte analisa se a representação tem ou não procedência. A peça aponta irregularidades “especialmente acerca de fragilidade técnica e administrativa relacionadas às interferências na gestão do Inep”.
Na quinta-feira 18, o juiz Marcelo Rebello Pinheiro, da 16ª Vara Federal Cível de Brasília, rejeitou um pedido para afastar o presidente do Inep, Danilo Dupas. Para o magistrado a medida seria “excessivamente gravosa”.
As polêmicas foram impulsionadas por uma declaração de Bolsonaro durante viagem a Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, nesta semana. Segundo o ex-capitão, agora as questões do Enem “começam a ter a cara do governo”.
“Ninguém precisa ficar preocupado. Aquelas questões absurdas do passado, que caíam tema de redação que não tinha nada a ver com nada. Realmente, algo voltado para o aprendizado”, acrescentou.
O ministro da Educação, Milton Ribeiro, por sua vez, reafirmou na quarta 17, durante audiência na Câmara dos Deputados, que o Enem terá “a cara” do governo Bolsonaro, mas ponderou que isso representa “competência, honestidade e seriedade”.
Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.
Já é assinante? Faça login