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Tarcísio tenta se dissociar de Bolsonaro: ‘Perfis diferentes’
Ex-ministro tem feito movimentos de distanciamento em meio a alta rejeição do presidente em São Paulo
O pré-candidato ao governo de São Paulo Tarcísio de Freitas (PL) repetiu nesta quarta-feira 8 a tentativa de dissociar sua imagem do presidente Jair Bolsonaro (PL). As declarações ocorrem após a alta rejeição de Bolsonaro entre os eleitores do estado, que somou 51,8% na última rodada da Paraná Pesquisas.
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o ex-ministro da Infraestrutura disse ser uma ‘pessoa diferente’ do ex-capitão e que manteria um perfil distante ao do atual presidente. Ao jornal, o pré-candidato explicou que, apesar de acreditar que o apoio de Bolsonaro ajuda, ele pretende destacar as diferenças que existem entre eles.
“O presidente Bolsonaro ajuda. É um governo que teve muita entrega, mas que pecou na narrativa em algumas questões. A narrativa muitas vezes se dissocia do que aconteceu na realidade”, destacou. “Por outro lado, vou também estabelecer as diferenças que existem entre o presidente e eu”, acrescentou em seguida.
Questionado então sobre quais seriam as diferenças, Tarcísio limitou-se a dizer que seu foco maior é em resultados e não no debate ideológico. Bolsonaro tem feito nos últimos dias uma escalada nos ataques ao Supremo Tribunal Federal e ao processo eleitoral. A pauta, apesar de ponto central da agenda bolsonarista, não tem o apoio público do ex-ministro. Vale ressaltar que São Paulo é considerado o principal palanque do ex-capitão.
“Somos pessoas diferentes, com perfis diferentes. Eu tenho uma cultura muito voltada para o resultado. Não mantive uma postura ideológica na condução do Ministério da Infraestrutura. Sempre tive uma postura muito pragmática”, defendeu o bolsonarista.
Nas últimas semanas, Tarcísio tem feito recuos e chegou a fazer uma espécie de elogio ao ex-presidente Lula, a quem chamou de titã da política. Pesquisas recentes têm indicado que o apoio de Lula a Fernando Haddad poderá levar o petista a 35% das intenções de voto. Lula é destacado por muitos analistas como o principal cabo eleitoral nestas eleições.
Apesar da resistência em se associar ao ex-capitão, o apoio de Bolsonaro a Tarcísio é o que poderia levar o ex-ministro ao segundo turno, fazendo saltar de pouco mais de 17% para 31% das intenções de voto. A pauta conflituosa, no entanto, quando destacada, afasta parte dos eleitores, como mostrou a pesquisa Quaest publicada nesta quarta-feira. Dilema semelhante ao de Tarcísio é vivido por Romeu Zema (Novo) em Minas Gerais.
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