Site do Ministério da Saúde desmente Queiroga sobre compra da Covaxin

Na quarta-feira, o ministro da Saúde negou que o governo adquiriu doses da vacina

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga. Foto: Reprodução

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Antes de abandonar uma entrevista nesta quarta-feira 23, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, negou ter comprado doses das vacinas Covaxin e Sputink V.

Os imunizantes, porém, constam no calendário oficial de entregas para 2021 e entram na contagem oficial de mais de 660 milhões de unidades adquiridas pelo Brasil. A informação está disponível no site do Ministério da Saúde dedicado exclusivamente à vacinação no País.

“Eu falei em que idioma? Falei em português. Então, não foi comprada uma dose sequer da vacina Covaxin, nem da Sputnik”, disse o ministro nesta quarta-feira.

No calendário oficial, no entanto, os dois imunizantes aparecem com o status ‘contratada’, o mesmo dado a vacinas como a Pfizer, Coronavac e Astrazeneca. As 30 milhões de doses – 20 da Covaxin e 10 da Sputnik – fazem parte da soma final de pouco mais de 662 milhões de imunizantes que serão entregues pelos laboratórios ao Brasil até o final do ano.

Em outra área do site do Ministério da Saúde, onde também constam as previsões de entrega de imunizantes, a vacina Covaxin aparece na lista desde o dia 17 de fevereiro.

Na ocasião, tanto ela quanto a Sputnik ainda estão o status ‘minuta do contrato’. No boletim seguinte, publicado dois dias depois, elas aparecem pela primeira vez com a condição de ‘contratada’.


Na última previsão de entrega divulgada pelo Ministério da Saúde, publicada no mesmo dia em que Queiroga negou a compra, os imunizantes ainda estão contagem oficial na condição de vacinas ‘contratadas’ pelo governo.

 

Publicidades oficiais

A compra de 20 milhões de doses da Covaxin também aparece em publicidades oficiais do governo nos últimos meses.

Em fevereiro, o perfil oficial do Ministério da Saúde confirmava a aquisição feita pelo acordo fechado com a Precisa Medicamentos. Na ocasião, a pasta informou que as doses seriam entregues entre os meses de março e maio, o que não ocorreu.

A notícia também foi publicada em outros sites oficiais do governo. A compra das doses da Covaxin também foi confirmada pelo Ministério da Saúde ao Congresso há cerca de um mês.

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