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Sem provas, Ciro Nogueira liga violência de bolsonaristas a black blocs ‘infiltrados’
Após as insinuações, o ministro de Bolsonaro foi duramente criticado por internautas
O ministro da Casa Civil de Jair Bolsonaro, Ciro Nogueira (PP-PI), insinuou que os manifestantes golpistas que provocaram violência em Brasília na noite de segunda seriam adeptos da tática ‘black bloc’ infiltrados entre os apoiadores do ex-capitão. A teoria conspiracionista ecoada pelo político tem sido usada por integrantes da extrema-direita para tentar afastar a própria responsabilidade pelos atentados na capital federal.
“Eles têm cara de Black Blocs, jeito de Black Blocs, fúria de Black Blocs, cheiro de Black Blocs e violência dos Black Blocs, que não existiram durante todo o governo Bolsonaro. Será coincidência ou a volta deles?”, insinuou o ministro em suas redes sociais.
Após a publicação, Nogueira foi duramente criticado por internautas:
Tenha brio e responsabilidade, ministro. O senhor ocupa um cargo público. Não veio aqui falar nem cobrar autoridades para dar fim ao caos de ontem. E agora aparece para fazer ilações. Cadê sua honra?
— Carla Jimenez (@carlajimenez9) December 13, 2022
Tic-tac, pede ao ministro Anderson Torres para determinar a PF que investigue. Provem que há infiltrados ou parem de disseminar bobagens.
— Sem medo de ser feliz! (@arrobapam_) December 13, 2022
Perai!! Pessoal acampado tá há mais de mês falando em guerra civil, em plantar o caos, e prontos pra guerra. Aí quando põe em prática as ameças não foram eles, foram infiltrados??? É isso mesmo????
— Vitor De Souza (@nonameuser5789) December 13, 2022
Apesar da tese espalhada pelo ministro bolsonarista, imagens mostram que, de fato, os manifestantes que atacaram a Polícia Federal, depredaram carros e incendiaram ônibus horas após a diplomação de Lula (PT) no Tribunal Superior Eleitoral são mesmo apoiadores de Bolsonaro.
De acordo com o secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Júlio Danilo, uma parcela dos autores da depredação faz parte de um acampamento instalado em frente ao Quartel General do Exército na capital federal.
Em entrevista na noite de segunda, ele acrescentou que a permanência do grupo no QG seria reavaliada.
“Parte desses manifestantes (…) realmente estava no QG, no acampamento, e participaram desses atos. Quem for ali identificado será responsabilizado”, declarou Danilo.
Os atos de vandalismo tiveram início após a prisão do cacique José Acácio Serere Xavante. Depois da detenção do indígena, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, apoiadores do presidente derrotado tentaram invadir a sede da PF na capital federal e iniciaram um protesto que resultou no fechamento do Setor Hoteleiro Norte, onde estava o presidente Lula, e de parte do Eixo Monumental.
Xavante é acusado de “condutas ilícitas em atos antidemocráticos”. A prisão foi solicitada ao Supremo pela Procuradoria-Geral da República para garantir a ordem pública.
Para a PGR, o cacique “vem se utilizando da sua posição de cacique do Povo Xavante para arregimentar indígenas e não indígenas” para cometer crimes, como ameaças de agressão contra Lula e ministros do STF.
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