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Sem mudar discurso, Bolsonaro reafirma que irá provar ‘fraude nas urnas’
Presidente também repetiu as posições sobre voto impresso, condução da pandemia e voltou a atacar governadores
O presidente Jair Bolsonaro reafirmou que irá provar supostas ‘fraudes nas urnas eletrônicas’ em uma transmissão ao vivo que fará nas redes sociais no início da noite desta quinta-feira 29.
Segundo a promessa, ele levará um ‘hacker do bem’ para demonstrar na prática como as eleições de 2014 foram fraudadas e que Aécio Neves (PSDB) teria vencido Dilma Rousseff (PT) no segundo turno.
Na transmissão, Bolsonaro promete ainda provar que venceu as eleições de 2018 ainda no primeiro turno.
A confirmação da live foi dada em entrevista à rádio Mundial FM na manhã desta quarta-feira 28 em um série de entrevistas diárias que vem fazendo com emissoras regionais de diferentes partes do Brasil.
As entrevistas fazem parte de uma nova estratégia de comunicação encabeçada pela Secretaria de Comunicação da Presidência da República, a Secom, que busca reverter o quadro de baixa popularidade de Bolsonaro registrado nos últimos meses. Segundo o portal Poder360, a estratégia foi formalizada por André de Sousa Costa, chefe da Secom, para integrantes da alta cúpula do governo federal.
Em entrevista ao Blog do Magno transmitida pela Rede Nordeste de Rádio, Bolsonaro também confirmou a nova estratégia.
“Todo dia, de segunda a sexta-feira, falaremos a uma rádio diferente, não interessa o alcance dela, para exatamente ser questionado por qualquer pergunta. Estamos à disposição para levar a informação precisa ao nosso povo”, afirmou o presidente.
Ainda que Bolsonaro afirme que pode ser questionado com ‘qualquer pergunta’, na prática as entrevistas concedidas na última semana são praticamente idênticas. Os questionamentos feitos parecem seguir um roteiro na maior parte do tempo, bem como as respostas dadas pelo presidente.
Na conversa desta quarta, por exemplo, Bolsonaro repetiu os discursos em favor do voto impresso, tratou de defender sua condução da pandemia, voltou a atacar governadores e defendeu a liberação de armas. Nenhum dos temas é novidade nas entrevistas.
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