CartaExpressa

Relator quer trocar nome de arcabouço para ‘Regime Fiscal Sustentável’; confira outras possíveis mudanças

Cláudio Cajado (PP-BA) pretende avançar sobre as despesas que ficaram fora do limite de gastos públicos, entre elas estão os investimentos em saúde e educação

Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
Apoie Siga-nos no

O novo arcabouço fiscal, que será apresentado pelo deputado Cláudio Cajado (PP-BA) na próxima quarta-feira 10, deverá se chamar Regime Fiscal Sustentável. Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, publicada nesta segunda-feira 8, o relator afirmou que essa será apenas uma das quatro mudanças que estão sendo preparadas no projeto.

Além da mudança de nome, a ideia do relator do arcabouço é criar, nas suas palavras, ‘um mecanismo que impeça que mudanças de governo facilitem as alterações nos parâmetros para despesas’. Pelo texto atual, a previsão é que os gastos públicos subam de 0,6% a 2,5% acima da inflação do ano, no período entre 2024 e 2027. Em seguida, eventual mudança nos parâmetros poderá ser feita via Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

Para Cajado, a LDO, por precisar apenas de maioria simples, é mais fácil de ser alterada. Por conta disso, o relator afirmou que irá tentar fixar os critérios de alteração nos anos seguintes já no projeto de lei complementar, tornando a alteração mais difícil, uma vez que necessita de maioria absoluta.

Outra mudança defendida por Cajado passa por tornar mais rígidas as exigências para que a regra seja cumprida. O texto atual trata do não cumprimento das regras da seguinte forma: o ritmo de crescimento real das despesas sai de 70% para 50% da alta das receitas e o presidente da República deve enviar uma mensagem ao Congresso em que propõe medidas de ajuste.

Para esse tipo de situação, Cajado prevê o contingenciamento obrigatório de recursos durante o ano, caso a meta fiscal esteja ameaçada de não ser cumprida. Seriam, nas palavras do relator, “sanções pelo não cumprimento da meta”.

Por último, o relator pretende alterar o conjunto de despesas que ficaram fora do limite de gastos públicos. A lista do governo – com treze itens, no total – vem gerando insatisfação na ala política que defende uma diminuição dos gastos públicos. Por outro lado, governistas defendem que os itens listados – que envolvem educação e saúde, por exemplo – não podem ficar suscetíveis às variações orçamentárias. 

O relator afirmou que está “colhendo informações” e pretende diminuir o número de exceções. 

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Relacionadas

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.

Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.

Quero apoiar