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Quem mentir na CPMI será preso, diz relatora da comissão

A senadora Eliziane Gama (PSD-MA) tornou a afirmar que, se houver necessidade, Bolsonaro será convocado para depor diante dos parlamentares

Eliziane Gama, relatora da CPMI. Foto Jane de Araújo/Agência Senado
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A senadora Eliziane Gama (PSD-MA) afirmou que a CPMI que apura os atos golpistas de 8 de Janeiro terá um tratamento rigoroso com os depoentes. Segundo informou ao jornal O Globo, em entrevista publicada neste domingo 4, mentiras serão punidas com prisão.

“Se tiver falso testemunho na CPI, pedido de prisão será feito. Nós não vamos aceitar avacalhar os trabalhos da comissão”, disse Eliziane ao jornal.

“Eu, como relatora, não vou aceitar [alguém] achar que vem para a comissão tripudiar ou tentar manipular ou instrumentalizar o colegiado”, reforçou em seguida.

Conforme defendeu na conversa, esta será uma das principais diferenças na condução da comissão de inquérito em relação ao colegiado que apurou os desmandos na condução da Covid-19. Naquela ocasião, apenas um depoente foi preso. Trata-se do ex-diretor do Ministério da Saúde, Roberto Dias.

No colegiado, porém, outros convocados tiveram depoimentos com informações falsas ou incorretas. Tumultos também foram observados naquela ocasião. Ainda assim, mais nenhum depoente recebeu voz de prisão.

Na entrevista ao jornal, a senadora também tornou a dizer que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) poderá ser convocado para prestar depoimento ao grupo. Ela disse, porém, que isto dependerá dos indícios que surgirem contra ele. Na conversa, Eliziane evitou antecipar conclusões contra o ex-capitão.

“Não posso dizer isso [que Bolsonaro foi mentor intelectual dos golpistas], é muito cedo. Mas o que foi a invasão na sede dos três Poderes? É uma invasão em Casas que representam a República brasileira. Subentendem que estava em curso claramente um ato golpista caracterizado pelo incentivo e pelo questionamento do processo eleitoral”, destacou. “Vamos apresentar nosso plano de trabalho, se a gente vir que há necessidade de chamarmos o ex-presidente, vamos chamar”, garantiu em seguida.

Instada novamente a tratar do papel do presidente, repetiu a avaliação:

“O ex-presidente da República é o maior formador de opinião do país, pela posição estratégica que tem. As posições dele têm um impacto para o bem e para o mal no país. Vimos isso na pandemia. Vamos fazer uma relação das falas dele e, ao mesmo tempo, entender melhor como se deu esta conversação dele, o envolvimento dele com pessoas que podem estar diretamente ligadas ou não ao processo do 8 de janeiro. Vamos buscar financiadores. Qual a relação desses financiadores com quem estava ocupando os espaços da Presidência da República? As quebras de sigilo, as oitivas que foram solicitadas vão nos dizer isso”.

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