Após confirmada a aliança nacional entre PT e PSB, os partidos voltam a atenção para as eleições nos estados, que têm gerado discordâncias principalmente em São Paulo, Espírito Santo, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro.
Dirigentes das legendas que estiveram juntos na noite de quinta-feira 28 em Brasília, durante o Congresso do PSB, afirmaram que as negociações para candidaturas únicas continuam, mas é improvável que ocorra uma união em alguns estados.
“Temos que trabalhar, mas em alguns estados é impossível”, reconheceu o senador Humberto Costa (PT-PE) em conversa com CartaCapital. “Mas também é possível fazer uma campanha [sem agressão] para que no segundo turno possamos estar unidos”.
O parlamentar foi um dos pré-candidatos a governador a retirar seu nome da disputa em prol da aliança. Em seu estado, Pernambuco, PT e PSB fecharam um acordo para apoiar Danilo Cabral (PSB) para o executivo estadual.
Em São Paulo, o PT pretende lançar o ex-prefeito Fernando Haddad e o PSB defende a candidatura de Márcio França. Nesta quinta, o pessebista ressaltou que ainda há tempo para se definir as chapas e não descartou um acordo com o petista. “Não vamos colocar o interesse de São Paulo acima do Brasil”, declarou após o evento.
Já no Espírito Santo, o senador Fabiano Contarato (PT) se lançou como pré-candidato. No entanto, o atual governador, Renato Casagrande (PSB), confirmou que disputará a reeleição. A CartaCapital, Casagrande disse haver conversas para um acordo, mas não exclui a possibilidade de disputar o cargo com o petista.
No Rio de Janeiro, embora a aliança tenha Marcelo Freixo (PSB) como pré-candidato ao governo, há divergências na disputa pela vaga no Senado. O PSB quer Alessandro Molon, enquanto os petistas lançaram André Ceciliano, que chegou a dizer que o seu partido pode tirar o apoio formal a Freixo caso Molon mantenha a campanha.
O PT, no Rio Grande do Sul, lançou a pré-candidatura do deputado estadual Edegar Pretto, mas o PSB quer emplacar o ex-deputado federal Beto Albuquerque na corrida pelo Palácio do Piratini.
Nacionalmente, os partidos confirmaram a chapa com Lula (PT) para presidente e Geraldo Alckmin (PSB) para vice. No Congresso do PSB, o petista defendeu a aliança.
“‘Ah, o Lula e o Alckmin já divergiram, então por que estão juntos’? Porque isso se chama política, se chama maturidade, se chama compromisso com o País e com o povo brasileiro”, declarou Lula. “Nunca foi tão necessário a gente ganhar uma eleição, para restabelecer a dignidade e a esperança e fazer as pessoas perceberem que é possível sonhar e transformar o sonho em realidade.”
Antes do ex-presidente, Alckmin afirmou que “pelos brasileiros e pelo Brasil é que nós temos o dever de estar unidos, de lutar e de vencer.”
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