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PF quer descobrir se Etchegoyen sabia da compra de programa espião usado pela Abin
O software foi comprado no final do governo Temer, em 2018. O general era ministro do GSI
A Polícia Federal investiga se o general da reserva do Exército Sérgio Etchegoyen, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional no governo de Michel Temer (MDB), sabia da compra pela Agência Brasileira de Inteligência da ferramenta usada na gestão de Jair Bolsonaro (PL) para monitorar milhares de pessoas, a exemplo de jornalistas, políticos e magistrados. A informação foi revelada neste sábado 21 pelo site Metrópoles.
O programa espião foi comprado no final do governo Temer, em 2018. Naquele ano, o Exército também contratou a empresa que desenvolveu o software israelense. A PF ainda deseja descobrir se Etchegoyen tinha conhecimento do uso que a Abin faria da tecnologia.
Na sexta-feira 20, a PF deflagrou a Operação Última Milha, a fim de investigar a utilização indevida, por servidores da Abin, de um sistema de geolocalização de dispositivos móveis sem autorização judicial. Um dos presos é Rodrigo Colli, profissional da área de contrainteligência cibernética da agência. O outro é o oficial de inteligência Eduardo Arthur Izycki. Ambos são os suspeitos de coagir os colegas para evitar demissão.
Além da prisão de dois servidores, cinco diretores foram afastados temporariamente. Na casa de um deles, o secretário de Planejamento e Gestão do órgão, Paulo Maurício Fortunato Pinto, a PF apreendeu 171,8 mil doláres em espécie.
O First Mile, programa usado pela Abin, permitia o monitoramento de até 10 mil donos de celulares a cada 12 meses. Bastava digitar o número do contato telefônico desejado no programa, conforme revelou o jornal O Globo. A tecnologia localizava aparelhos que utilizam as redes 2G, 3G e 4G.
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