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Petrobras retira sonda do Amapá após o Ibama negar aval para perfuração
O equipamento será mobilizado em ‘ações pontuais’ enquanto o instituto analisa um pedido de reconsideração


A Petrobras iniciou a retirada do navio-sonda NS 42, que estava em um bloco a cerca de 175 quilômetros do Amapá e a cerca de 500 quilômetros da foz do Rio Amazonas. A decisão foi tomda após o Ibama negar um pedido da empresa ligado à perfuração de um poço na região.
Segundo a Petrobras, a sonda será mobilizada em “ações pontuais” enquanto o instituto analisa uma solicitação de reconsideração apresentada em 25 de maio.
Na semana passada, o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, afirmou que o órgão já analisa o novo pedido da Petrobras, mas adiantou que a decisão não será tomada na “canetada”.
Conforme a análise técnica original, o plano da petroleira não fornecia garantias para atendimento à fauna diante de eventuais acidentes com o derramamento de óleo. Impactos em três terras indígenas em Oiapoque também não foram devidamente explicados, acrescentou o órgão.
“Nenhum presidente do Ibama vai ‘canetar’, conceder uma licença se não estiver tudo dentro dos conformes”, declarou Agostinho, em audiência na Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados. Ele disse, ainda, conhecer o contexto socioeconômico da região, mas reforçou que se não houver viabilidade ambiental, “podem aguardar um ‘não’”.
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