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Pacheco vai pedir ao STF a lista de parlamentares supostamente monitorados pela Abin
PF cumpriu mandados de busca e apreensão em investigação sobre suposto esquema de monitoramento ilegal no governo Bolsonaro; o ex-presidente nega
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse que vai solicitar ao Supremo Tribunal Federal (STF) a lista com os possíveis nomes de parlamentares que teriam sido monitorados de maneira ilegal pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Logo após a Polícia Federal (PF) cumprir mandados de busca e apreensão contra pessoas envolvidas em um suposto esquema de espionagem ilegal durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), nesta segunda-feira 19, Pacheco chamou a atenção para a “gravidade que um fato dessa natureza representa”.
Por meio da operação ‘Vigilância Aproximada‘, deflagrada pela primeira vez na última quinta-feira 25, a PF vem tentando identificar as pessoas envolvidas no suposto esquema.
Um dos alvos da operação, ainda na semana passada, foi Alexandre Ramagem, ex-chefe da Abin no governo passado. Hoje, o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do ex-presidente, também foi alvo de mandado de busca e apreensão.
Embora ainda não tenha sido convertida em denúncia formal e esteja em fase de investigação, a suspeita é que o órgão de inteligência tenha monitorado ilegalmente opositores do ex-capitão por meio de uma ferramenta chamada ‘First Mile’, que utiliza geolocalização de dispositivos de celular.
A operação, aliás, conta com a autorização do STF. Ainda não se sabe o rol completo de pessoas que teriam sido monitoradas, mas a hipótese da PF aponta para adversários políticos de Bolsonaro, jornalistas e membros do Ministério Público (MP) e do Judiciário.
O ex-presidente se pronunciou sobre o tema, por meio de live realizada ontem. Segundo Bolsonaro, as investigações deflagradas constituem uma “narrativa”. Ele aproveitou a ocasião para descrever Ramagem como um “indivíduo fantástico” e rechaçar as acusações contra o ex-chefe da Abin, dizendo que seriam falsas.
Após a operação de hoje, o vereador Carlos Bolsonaro ainda não se manifestou.
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