O que o embaixador da Hungria disse ao Itamaraty ao ser questionado sobre esconderijo de Bolsonaro

O silêncio de Miklos Halmai imperou na maior parte da reunião com Maria Luísa Escorel, secretária de Europa e América do Norte do Itamaraty

Foto: Reprodução

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O embaixador da Hungria em Brasília, Miklos Halmai, não forneceu explicações profundas ao governo brasileiro durante a reunião com o Itamaraty, convocada após a revelação do esconderijo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na sede da representação diplomática do país em Brasília, em fevereiro.

O encontro, que durou cerca de 20 minutos, foi marcado pelo silêncio de Halmai na maior parte do tempo. Fontes das relações exteriores que estiveram no encontro relataram, a diferentes veículos de imprensa, que o embaixador mais ouviu do que falou. Em boa parte do tempo teria ficado trocando mensagens com superiores pelo celular.

Na única breve explicação, Halmai teria se limitado a repetir as alegações de Bolsonaro sobre a revelação do jornal The New York Times. Ele alegou, de forma sucinta, que o ex-capitão esteve no local para manter contato com autoridades da Hungria, sem maiores detalhes. A informação, desse trecho da conversa, foi confirmada pela CNN e Metrópoles com fontes que estiveram no encontro.

Maria Luísa Escorel, secretária de Europa e América do Norte do Itamaraty, foi a representante brasileira na reunião. Dela teria partido o alerta de que as conversas sobre o Brasil devem ser feitas com integrantes do atual governo e não com o ex-presidente.

Escorel também teria alertado o embaixador de que Bolsonaro responde a diversos processos criminais no Brasil e que a hospedagem na sede diplomática da Hungria em Brasília poderia ser lida como um risco de fuga pelo Judiciário. Halmai ficou calado.

A estadia de Bolsonaro veio à tona nesta segunda, em reportagem do jornal The New York Times. Em nota, a defesa do ex-presidente afirmou que a hospedagem ocorreu “para manter contatos com autoridades do país amigo”.


Também nesta segunda, a Polícia Federal decidiu investigar a conduta de Bolsonaro no caso, uma vez que a passagem pela embaixada ocorreu dias após a corporação deflagrar operação sobre uma trama golpista para impedir a posse de Lula (PT) em 2022.

Em 8 de fevereiro, na Operação Tempus Veritatis, a PF apreendeu o passaporte de Bolsonaro, uma medida cautelar determinada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. Quatro dias depois, o ex-capitão foi à representação húngara, onde passou duas noites.

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8 comentários

Paulo Cesar Rodrigues 31 de março de 2024 15h37
O fator principal que está ficando fora do contexto, COMO OBTIVERAM IMAGENS INTERNAS DA EMBAIXADA Quem vazou, quem filmou? Se a embaixada é um território neutro e Bolsonaro se refugiou, para fugir de prisão, como e quem invadiu...
Ralph 28 de março de 2024 13h08
Christiane, como sempre pessoal de esquerda com viés autoritário, intimidador e manipulador, não é mesmo!? Ir para a papuda que é o novo campo de extermínio, bela sugestão kkkkkkk
christiane franca de carvalho 27 de março de 2024 20h02
Caro NOBRUZERA, ofereça a sua residência para o seu mito, já que fez questão de passar esse vexame nos comentários! O Embaixador pode retornar para o país dele, já você pode seguir para a Papuda, que tal?
NOBRUZERA Apelão 22 27 de março de 2024 01h33
Bolsonaro2026
TITO DE MOURA AFONSO 3 de abril de 2024 17h47
Com tantos ataques e acusações diversas,sem qualquer fundamento,em cima de Bolsonaro,este seria apenas mais um,e se Ele realmente procurou a embaixada da Hungria como uma forma de se defender,pode até acabar sendo compreensível tendo em vista tantas acusações sem base nenhuma. Enquanto isso a esquerda faz o que bem entende e nunca é contrariada, José Dirceu depois depois de ser preso 4 vezes,agora volta ao senado federal, Valei-me meu Padim Ciço.
joao medeiros 3 de abril de 2024 21h17
Isto parece vazamento de quem quer ser preso e pousar de vítima! Qual prestador de serviço em uma embaixada da extrema direita fundamentalista, tem acesso ao New York times para vazar um vídeo de um inútil deste.
Roberto Makoto Shimizu 5 de abril de 2024 02h36
Fico imaginando BozoNero aprendendo a falar húngaro...A palavra para questão em húngaro é kérdés. É pronunciada como kehr-deesh.
PAULO SERGIO CORDEIRO SANTOS 8 de abril de 2024 00h34
Bolsonaro mostra que é um covarde e quem o apoia vai no mesmo caminho. Na extrema direita, todos são covardes, Hitler, Mussolini, Franco, Pinochet, Alfredo Stroessner, todos os ditadores argentinos, uruguaios, Milei, Trump, tais quais Bolsonaro o fujão!

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