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‘O pior é que está tudo documentado’, disse Cid a Wajngarten sobre joias, em mensagem de março

Portal divulga diálogo entre ex-chefe da Ajudância de Ordens e advogado de Bolsonaro sobre presentes sauditas

Mauro Cid, antigo ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), na CPMI do 8 de Janeiro. Foto Lula Marques/Agência Brasil.
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Em uma conversa virtual com o advogado Fábio Wajngarten sobre as joias, em 3 de março deste ano, o tenente-coronel Mauro Cid afirmou que “está tudo documentado”. A mensagem foi reportada pelo portal UOL, neste sábado 2.

De acordo com o veículo, Cid havia enviado a Wajngarten por WhatsApp, às 19h36 daquele dia, a reportagem do jornal O Estado de S. Paulo que revelou sobre a apreensão de um colar, um anel, um relógio e um par de brincos presenteados pela Arábia Saudita em 2021.

Em resposta, Wajngarten escreveu: “Eu nunca vi tanta gente ignorante na minha vida”. O advogado não deixou claro a quem ele se referia. Em seguida, Cid disse: “Difícil mesmo. O pior é que está tudo documentado”.

Segundo o portal, Wajngarten questionou: “Documentado como? explique-me por favor”. Cid enviou uma série de mensagens na sequência, mas o conteúdo foi apagado e, portanto, o site diz não ter sido possível visualizar o seu teor.

No mesmo dia, Cid gravou um áudio em que disse que o então presidente Jair Bolsonaro (PL) só soube no fim daquele ano sobre aqueles bens, quando a Receita Federal avisou sobre a existência dos presentes.

Mais tarde, Wajngarten perguntou sobre a localização de um segundo pacote de joias. Cid disse que não sabia onde estava e frisou que Bolsonaro não sabia o que havia recebido nos quatro anos de mandato.

Ainda segundo a reportagem, Wajngarten passou a defender a entrega das joias para o Tribunal de Contas da União a partir de 7 de março. No dia 9 daquele mês, o advogado reforçou: “Tem que devolver imediatamente. É impressionante como ninguém pensa”.

Integrante da defesa de Bolsonaro na investigação do caso das joias, Wajngarten permaneceu em silêncio em depoimento à Polícia Federal na sexta-feira 31, assim como o próprio ex-presidente e a ex-primeira-dama Michelle, no dia anterior. Já Cid teria assumido as responsabilidades, sem culpar Bolsonaro, segundo o advogado Cezar Bitencourt. O depoimento do ex-ajudante está sob sigilo.

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