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Mourão diz que STF extrapola limites, mas não vê chances de impeachment de ministros

O vice-presidente considera o pedido de afastamento dos magistrados ‘dentro da Constituição’, mas acha difícil que senadores aceitem

Mourão diz que STF extrapola limites, mas não vê chances de impeachment de ministros
Mourão diz que STF extrapola limites, mas não vê chances de impeachment de ministros
O ex vice-presidente Hamilton Mourão. Foto: Romério Cunha/VPR
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O vice-presidente, general Hamilton Mourão, afirmou que os ministros do Supremo Tribunal Federal estão ‘extrapolando os limites’ ao mandar prender quem ataca a democracia.

Mourão disse ainda considerar válido e ‘dentro da Constituição’ o pedido de impeachment dos ministros que será feito por Jair Bolsonaro, mas não vê chances do processo avançar entre os senadores. As declarações foram dadas ao jornal O Globo.

“Acho que está extrapolando os limites nisso aí [prender Roberto Jefferson e Daniel Silveira por ataques à democracia]. Se eu sou ofendido, o que que eu faço? Eu registro um boletim de ocorrência e abre-se um processo contra a pessoa que me ofendeu. Então, eu acho que esse é o caminho”, afirmou.

Para o general, as decisões foram exageradas, já que ameaças como as do presidente do PTB Roberto Jefferson não representariam risco real ao Brasil.

“Eu acho que o ministro Alexandre de Moraes poderia ter tomado outra decisão, também de tom importante, e de tom coercitivo, sem necessitar mandar prender por algo que é uma opinião, que o outro vem externando. Não considero que o Roberto Jefferson seja uma ameaça à democracia, tão latente assim”, justificou Mourão.

Bolsonaro prometeu no sábado 14 levar pessoalmente ao Senado uma ação para o impedimento de Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso com base no artigo 52 da Constituição.

“Não é questão de arrefecer ou colocar lenha na fogueira. O presidente tem a visão dele, ele considera que esses ministros estão passando dos limites aí em algumas decisões que têm sido tomadas, e uma das saídas dentro da nossa Constituição, que prescreve ali no artigo 52, seria o impeachment, que compete ao Senado, fazer”, destacou. “Então ele vai pedir pro Senado, vamos ver o que que vai acontecer. Acho difícil o Senado aceitar”, avaliou o general.

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