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‘Militares vão prestar continência a Lula ou a qualquer outro’, diz chefe da Aeronáutica

O tenente-brigadeiro-do-ar Carlos de Almeida Baptista Junior nega também que seus subordinados irão participar de algum modo da disputa eleitoral

O ex-comandante do Exército, Carlos de Almeida Baptista Junior. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
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Carlos de Almeida Baptista Junior, tenente-brigadeiro-do-ar e atual comandante da Força Aérea Brasileira (FAB), garantiu que os militares brasileiros irão prestar continência a qualquer presidente eleito em 2022, seja ele Lula ou qualquer outro candidato. A declaração foi uma resposta ao jornal Folha de S. Paulo desta segunda-feira 31 que questionava a postura de apoio da Força ao atual presidente, Jair Bolsonaro.

“Lógico. Nós somos poder do Estado brasileiro. A continência é um símbolo. Quando a gente entra nas Forças Armadas, a gente aprende que ela visa a autoridade. Nós prestaremos continência a qualquer comandante supremo das Forças Armadas, sempre”, respondeu Baptista Junior ao ser questionado sobre como agiriam os militares em uma possível vitória de Lula, que atualmente lidera com ampla vantagem todas as principais pesquisas eleitorais.

O tenente-brigadeiro-do-ar é apontado como o ‘mais bolsonarista’ no comando das Forças. Ele, no entanto, nega esse ‘título’ e diz não saber os motivos que levaram a tal classificação. Recentemente, Baptista Junior reforçou as ameaças feitas pelo ministro da Defesa, general Walter Braga Netto, aos senadores da CPI da Covid, em especial Omar Aziz (PSD-AM), que tratou de um ‘lado podre’ dos militares envolvidos no esquema de compra de vacinas.

“Aquela nota foi apenas para que a gente firmasse a posição de que um, nós não somos lenientes com erro. Se houver algum militar errando, existe o Poder Judiciário, mecanismos de controle. Mas isso não pode transbordar para o todo”, disse o militar sobre a nota.

“Quando alguém quer atacar a mídia, é muito ruim, se ele quer atacar um repórter que não tem a responsabilidade que deveria ter. Isso serve para militar. Acho que foi bem recebido, tanto que no relatório final da comissão não foi citada a instituição, mas os indivíduos”, acrescentou sobre o episódio.

Ainda sobre como os seus subordinados deverão agir durante o processo eleitoral, Baptista Junior nega qualquer movimentação além da institucional.

“A FAB, e as Forças, tenho certeza, se manterão dentro de sua destinação constitucional. Não tomarão partido, a política não entrará nos nossos quartéis”, afirmou o comandante da FAB, que se diz preocupado com a ‘radicalização da sociedade’.

 

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