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‘Homem armado não ameaça’, diz chefe da Aeronáutica sobre golpe 

O comandante destacou que não enviarão outra nota aos senadores: ‘Nós temos mecanismos dentro da base legal para evitar isso’

O ex-comandante do Exército, Carlos de Almeida Baptista Junior. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
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A declaração do senador Omar Aziz (PSD-AM) na CPI da Covid sobre os militares ainda repercute entre o alto comando das Forças Armadas, que horas depois elevou o tom com uma nota com o discurso de que ‘não aceitarão ataques levianos’. Em seguida, o Clube Militar também se manifestou chamando a CPI de ‘Circo’ e criticando a atuação do STF.

Nesta sexta-feira 9, em entrevista ao jornal O Globo, foi a vez do comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro do ar Carlos de Almeida Baptista Junior, sair em defesa da classe. Ele manteve a linha do discurso, reforçando a posição da nota da última quarta-feira.

Para Baptista Junior, a nota foi ‘dura, como deveria ser’, mas estaria longe de uma ameaça de golpe e foi apenas um ‘alerta às instituições’.

“Homem armado não ameaça. Não existe isso. Nós não vamos ficar aqui ameaçando”, respondeu ao ser perguntado sobre a possibilidade da nota ser um aviso do que estaria por vir.

O comandante disse ainda que caso sejam atacados novamente pela Comissão de Inquérito no Senado não enviarão outra nota e que usarão outros caminhos ‘legais’ contra os senadores. “Nós temos mecanismos dentro da base legal para evitar isso”, disse o tenente-brigadeiro do ar, que, no entanto, não quis fornecer detalhes de quais seriam estes mecanismos a serem usados.

Baptista Junior também falou sobre as suspeitas de corrupção envolvendo militares no governo de Jair Bolsonaro, alegando que os militares não irão “proteger ninguém que está à margem da lei”, mas que antes é preciso que a investigação tenha uma conclusão.

“Façam o devido processo legal, apurem as responsabilidades, doa a quem doer. Não temos qualquer intenção de proteger ninguém que está à margem da lei”, destaca. “Acho que o processo tem de chegar às conclusões. Só que, o presidente de uma CPI, prematuramente, fazer julgamentos de oficiais, e a gente está vendo ele fazer isso com o Pazuello, um general da ativa, isso é muito desagradável e não podemos aceitar”, completa mais adiante.

O comandante negou ainda que o atual governo seja um ‘governo de militares’, destacando que a grande participação de oficiais das Forças Armadas se deve ao fato do presidente Jair Bolsonaro ter ‘confiança’ nessas instituições.

“Fernando Henrique trouxe quem ele conhecia, em quem ele confiava. Trouxe acadêmicos, professores, políticos, profissionais do meio dele. O presidente Lula trouxe, da mesma forma, sindicalistas”, justifica sua posição.

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