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Lula diz que novo PGR será selecionado após ‘pente fino’: ‘Vou escolher com mais critério’
Segundo o presidente, ele perdeu confiança no MP após ações da ‘quadrilha de aloprados’ da Lava Jato e, por isso, buscará alguém que não faz denúncia falsa


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pretende escolher o próximo Procurador-Geral da República (PGR) “no tempo certo e na hora certa”, e que busca escolher alguém que “não faça denúncia falsa”. A declaração foi feita na edição desta terça-feira 1 da live semanal que o petista faz nas redes sociais, chamada “Conversa com o Presidente”.
“Vou escolher com mais critério, com mais pente fino para não cometer um erro. Não quero escolher alguém que seja amigo do Lula”, disse o presidente. “Eu quero escolher alguém que seja amigo desse país, alguém que goste do Brasil, alguém que não faça denúncia falsa”, pontuou.
Lula disse que a definição do nome do novo PGR é um problema seu. “Vou conversar com muita gente, vou atrás de informações de pessoas que eu penso, vou discutir se é homem, se é mulher, se é negro, se é branco. Tudo isso é problema meu”, afirmou Lula.
O mandato do atual procurador, Augusto Aras, termina no próximo mês de setembro. Críticos ao atual PGR apontam que a sua gestão foi marcada pela ausência de denúncias em relação à conduta do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na pandemia de Covid-19.
O nome de Aras, porém, já recebeu elogios de lideranças da situação, como o líder do PT no Senado, Jaques Wagner (PT/BA), que já disse que o PGR “prestou importante serviço ao Brasil”. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, por sua vez, elogiou o trabalho de Aras, ressaltando que, na sua visão, ele superou a “avalanche de perseguição e de lavajatismo”.
Na entrevista de hoje, Lula tratou da relação entre o Ministério Público e a Lava Jato. O presidente disse que perdeu confiança no MP após as condutas do ex-procurador e deputado cassado Deltan Dallagnol.
“Eu sempre tive o mais profundo respeito pelo Ministério Público. É uma das instituições que eu idolatrava nesse país. Depois dessa quadrilha que o [Deltan] Dallagnol montou, eu perdi muita confiança”, confessou Lula. “Eu perdi porque foi um bando de aloprados que achavam que iriam tomar o poder, atacando todos ao mesmo tempo”. afirmou o presidente.
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