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Lula: Bolsonaro tenta em NY agradar aos milicianos que o apoiam, mas envergonha o Brasil
‘Ele não está lá representando a família Bolsonaro, mas, teoricamente, representando 213 milhões de pessoas’, disse o petista
O ex-presidente Lula, que lidera as pesquisas de intenção de voto para as eleições de 2022, criticou a postura do presidente Jair Bolsonaro durante a viagem a Nova York. O ex-capitão abriu, nesta terça-feira 21, a 76ª Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas.
“Ele foi a Nova York sem máscara. E ele não foi porque não sabia, mas porque esse é o Bolsonaro. Ele queria tirar fotografia comendo pizza na rua para dizer aos milicianos que o apoiam que ele é popular. Ele está comendo em pé na rua porque nenhum restaurante o deixou entrar”, disparou o petista na manhã desta terça, em entrevista à Rádio Vitoriosa, de Uberlândia (MG).
Bolsonaro chegou a Nova York no domingo 19 acompanhado da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, de um de seus filhos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), e dos ministros Gilson Machado (Turismo), Marcelo Queiroga (Saúde) e Augusto Heleno (Secretaria-Geral).
Sem a vacina, o presidente está impedido, por exemplo, de circular pela área interna de restaurantes. Na segunda-feira 20, ele almoçou em uma churrascaria brasileira que se dispôs a preparar uma espécie de ‘puxadinho’, com mesas ao ar livre e cercadas por tapumes pretos. Na noite do domingo 19, foi a uma pizzaria sem mesas internas e consumiu o pedido na entrada do local.
“Aquilo que ele acha que é orgulho para ele é uma vergonha para o Brasil. Ele não está lá representando a família Bolsonaro, mas, teoricamente, representando 213 milhões de pessoas. Deveria ser respeitoso com a sociedade brasileira e com as normas americanas de combate à Covid”, criticou Lula.
Ao analisar os levantamentos que projetam as eleições de 2022, o petista afirmou que “ainda tem muito jogo a ser jogado”, mas se disse “convencido de que o PT tem um grande potencial de voltar à Presidência, porque foi vítima da maior quantidade de mentiras já contadas contra um partido e contra uma pessoa na história do Brasil”.
“Fico feliz com as pesquisas. Acharam que tinham me destruído, acabado comigo. Eu tive em 9 meses 13 horas de Jornal Nacional contra mim, 59 capas de revista contra mim, quase 700 editoriais contra mim. Estou aqui inteiro, com a cabeça erguida”.
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