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Lobista ‘vendia’ indicações para cargos no governo Bolsonaro, sugerem mensagens
Marconny de Faria cobrou até 400 mil reais para facilitar a nomeação de um ‘cliente’, diz site
O lobista Marconny Albernaz de Faria ‘vendia’ indicações para cargos no governo de Jair Bolsonaro por até 400 mil reais, segundo apurações da CPI da Covid, no Senado.
Os detalhes da negociação foram revelados pelo portal G1 a partir de mensagens de celular obtidas pela comissão.
Para levar Márcio Roberto Teixeira Nunes a um cargo no Instituto Evandro Chagas, no Pará, órgão vinculado ao Ministério da Saúde, Marconny teria solicitado e recebido depósitos que somam 400 mil reais.
Só como ‘incentivo’ para abrir a negociação, o lobista teria pedido 25 mil. O nome de Márcio teria sido levado ao então ministro Luiz Henrique Mandetta, que não avançou com a nomeação. Marconny, na sequência, subiria o preço e passaria a tratar com outros ministros do governo.
Quando o nome chegou às mãos de Karina Kufa, advogada de Jair Bolsonaro, Marconny escreveu, de acordo com o material em posse da CPI: “Agora vai de cima pra baixo”. Também teria cobrado mais 40 mil reais de Márcio.
Depois dos depósitos, Márcio foi de fato nomeado, mas acabou exonerado após ser preso em um escândalo de propinas, em outubro do ano passado.
Durante a negociação, as mensagens indicam que o lobista mencionou ao ‘cliente’ que se encontraria diretamente com Jair Bolsonaro, mas a reunião não ocorreu.
A CPI apurou ainda que Marconny teria outras duas ‘portas de entrada’ para o governo federal: Jair Renan, filho mais novo do presidente, e Ana Cristina Siqueira Valle, ex-esposa de Bolsonaro.
As mensagens com o ‘filho 04’ reveladas recentemente comprovam uma relação. O lobista e o advogado William Falcomer foram os responsáveis por auxiliar Renan na abertura de sua empresa.
Já Ana Cristina, suspeitam senadores, teria atuado junto ao governo para facilitar as nomeações dos indicados do lobista. Essa possibilidade motivou Alessandro Vieira (Cidadania-SE) a apresentar um requerimento de convocação da ex-esposa de Bolsonaro à CPI. O pedido foi aprovado nesta semana.
Marconny é investigado pela CPI por ser apontado como lobista da Precisa Medicamentos, empresa alvo de suspeitas na negociação da Covaxin pelo governo federal.
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