O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), evitou tecer comentários mais profundos sobre a recente operação da Polícia Federal que busca desmantelar um grupo que tentou promover um golpe de Estado no Brasil. A ação tem, entre os alvos principais, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-deputado Valdemar Costa Neto, atual presidente do PL.
“Isso é com a Polícia Federal e com a Justiça. Vamos deixar que elas corram dentro da normalidade jurídica. Não tem nenhuma postura que o Congresso possa fazer após ações da PF”, respondeu Lira ao ser questionado pela Veja durante sua participação no desfile de Carnaval no Rio de Janeiro.
Apesar da negativa em fornecer comentários sobre as buscas e prisões realizadas pela PF contra os políticos, Lira fez uma defesa institucional do PL, partido no centro das operações.
“A principal fonte da democracia são os partidos políticos. Eles não podem ser maculados. A gente espera que como em outras investigações, do PT e de outros partidos políticos, não foram, o PL agora não tem que responder por atos individuais. A democracia requer partidos fortes”, declarou o presidente da Câmara.
Contra o PL, importante lembrar, pesa a suspeita de que o partido forneceu estrutura política e financeira para o núcleo golpista que circundava Bolsonaro. Na sede da legenda foram encontradas diversos documentos que indicam a participação no plano. Uma minuta de golpe e uma espécie de discurso de decretação de Estado de Sítio ajudam a explicar a relação da legenda com a trama investigada.
Após as revelações, a sigla passou ao centro de pedidos judiciais para que se ampliem as investigações. Se comprovadas as acusações, parlamentares pedem que o PL perca sua autorização para operar como partido político no Brasil.
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