O banco Itaú divulgou um relatório, nesta segunda-feira 25, em que prevê retração de 0,5% do PIB brasileiro em 2022. No comunicado anterior, projetava um ínfimo crescimento de 0,5%.
A revisão ocorre em meio a discussões sobre o furo no teto de gastos para bancar o Auxílio Brasil de 400 reais, programa visto como prioritário para a campanha de Jair Bolsonaro à reeleição.
Na sexta-feira 22, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse, sem apresentar quaisquer evidências, que “o Brasil vai crescer mais que as previsões para o ano que vem.”
“Mas, enquanto isso, a política começa a sacudir. Tem uma ala política que pede auxílio de 500, 600, 700, e uma ala econômica que fala que só temos teto até 300. Ora, deve haver uma linha do meio”, alegou Guedes. Segundo ele, o responsável por “traçar a linha” é Bolsonaro.
O relatório do Itaú diz que “o aumento da incerteza fiscal implica em um risco-país mais alto, maior depreciação do real, piores perspectivas para a inflação e, em última instância, uma taxa de juros neutra mais alta”.
O banco também prevê que o Banco Central continuará a elevar a taxa básica de juros: em 1,5 ponto percentual na próxima reunião do Copom, em 1,5 em dezembro e em um ponto nas duas deliberações seguintes. Com isso, a Selic chegaria a 11,25% ao ano.
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