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Incêndio em pousada de Porto Alegre deixa ao menos 10 mortos

Prédio onde funcionava o empreendimento não tinha autorização para abrigar uma pousada

Foto: SILVIO AVILA / AFP
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Um incêndio que atingiu uma pousada no Centro de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, na madrugada desta sexta-feira 26 deixou ao menos dez pessoas mortas. As informações são do Corpo de Bombeiros do estado.

O incêndio que atingiu o imóvel teria começado logo no início da madrugada e só foi controlado por volta das 5 horas. O fogo teria iniciado no primeiro andar do prédio, tendo se espalhado, em seguida, pelos outros dois pavimentos. A proximidade dos quartos e a estrutura de madeira teriam ampliado a tragédia.

Há, neste momento, duas hipóteses para o fogo: a primeira, levantada pela Defesa Civil, seria a de que o incêndio é criminoso; a segunda, da Polícia Civil, diz que um homem tentou apagar um foco de incêndio, não criminoso, com um colchão e, por isso, as chamas se alastraram. Nenhuma delas, no entanto, foi adotada como causa oficial, que ainda será determinada por investigação do Instituto-Geral de Perícias (IGP).

Por volta das 8 horas desta sexta, 11 pessoas foram resgatadas com vida e foram levadas pelos bombeiros a hospitais da capital. O quadro de quatro vítimas do fogo é grave: duas estão entubadas, uma passa por cirurgia e outra recebe atendimento por ter inalado fumaça. Há ainda uma vítima com 20% do corpo queimado e outra com fraturas.

De acordo com a rádio Gaúcha Zero Hora, os hóspedes da pousada no momento das chamas seriam pessoas em situação de vulnerabilidade social.

Segundo a Prefeitura, que tem contrato com a administradora do local para receber a população em situação de rua, estavam no espaço, no momento do incidente, 30 pessoas. Dessas, 16 eram mantidas com recursos públicos.

Há, ainda, desaparecidos. O Corpo de Bombeiros, porém, não informou oficialmente quantas pessoas não foram encontradas até o momento. Pelos números divulgados pela gestão municipal, seriam nove os ainda não resgatados.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, o imóvel onde funcionava a pousada não teria autorização para operar o negócio e também não contava com um plano de proteção para incêndios. Estaria, portanto, irregular. A Prefeitura ainda não se pronunciou sobre essa alegação.

O fato de o imóvel supostamente irregular receber recursos públicos foi classificado como ‘negligência’ por parte de políticos locais. A deputada federal Daiana Santos (PCdoB), que é ex-vereadora na cidade, afirmou ser preciso cobrar a Prefeitura, comandada por Sebastião Melo (MDB), pelo caso.

Pelas redes, o prefeito se posicionou, mas não citou a irregularidade constatada também pelos Bombeiros:

“Com profunda tristeza acompanho a apuração do incêndio com vítimas na pousada Garoa, na Farrapos. A prioridade agora é o atendimento aos cidadãos resgatados e encaminhados ao HPS. A prefeitura trabalha para acolher os moradores e apoiar a investigação dessa tragédia”, escreveu o emedebista.

Maria do Rosário, candidata do PT na cidade, foi outra política a reagir. Nas redes, ela disse estar ‘consternada’ com a situação.

O presidente Lula (PT) e o governador Eduardo Leite (PSDB) também se manifestaram sobre a tragédia. Lula disse ter recebido a notícia com ‘tristeza e preocupação’. Leite, por sua vez, também lamentou o ocorrido e disse ter mobilizado sua gestão “no rescaldo dessa tragédia e na identificação das causas das chamas.”

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