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Haddad ou França? Gleisi diz ter ‘simpatia’ por pesquisa para definir candidato em SP
O cenário paulista está no centro das divergências entre PT e PSB


A presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou nesta quarta-feira 23 ter “simpatia” pela possibilidade de recorrer a uma pesquisa de intenção de voto para definir o candidato de uma eventual federação entre PT e PSB ao governo de São Paulo.
O cenário paulista está no centro das divergências entre o PT, que não abre mão de lançar Fernando Haddad na corrida ao governo estadual, e o PSB, que sustenta a candidatura de Márcio França. Na terça-feira 22, França reforçou em reunião com o ex-presidente Lula a ideia de uma pesquisa para resolver o impasse.
“O presidente nos falou disso, da proposta. Vamos conversar nesta semana. Eu, particularmente, tenho simpatia, mas obviamente temos que conversar sobre isso. É uma tentativa para que a gente avance, mas não há nada mais importante que o diálogo político. É isso que vai fazer com que as coisas se resolvam”, afirmou Gleisi ao G1.
Caso PT e PSB se unam em uma federação, poderão apresentar apenas um candidato. A aliança ainda contaria com PCdoB e PV.
No encontro de terça, realizado na capital paulista, França apresentou a Lula razões que o qualificariam para ser o candidato da federação no estado. O ex-presidente se comprometeu a levar as justificativas a Haddad e Gleisi.
A sugestão de uma pesquisa a ser realizada em maio ou junho já havia sido apresentada por França em entrevista a CartaCapital, na semana passada.
Na última sexta-feira 18, a CartaCapital, o presidente do PT no estado de São Paulo, o ex-ministro do Trabalho Luiz Marinho, afirmou que Haddad será candidato ao governo paulista em outubro, independentemente do desfecho sobre a federação com o PSB.
“Nós queremos a federação, apoiamos, mas o candidato da federação em São Paulo se chama Fernando Haddad. Se não for possível, não temos problema nenhum com o PSB ter candidato a governador. Respeitamos a trajetória e a liderança do Márcio, mas acredito que, para São Paulo e para a candidatura nacional do Lula, a melhor alternativa é Haddad governador. Se a gente tiver um segundo palanque para o Lula em São Paulo, vamos juntos e vamos somar no segundo turno, se for esse o caso”, declarou Marinho.
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