Política

‘Em SP, o candidato da federação se chama Fernando Haddad’, diz presidente do PT paulista

A CartaCapital, Luiz Marinho afirma defender a federação com o PSB, mas não vê problema ’em ter dois ou três palanques para Lula’ no estado

Fernando Haddad e Márcio França. Fotos: Ricardo Stuckert e Divulgação
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O presidente do PT no estado de São Paulo, o ex-ministro do Trabalho Luiz Marinho, afirmou nesta sexta-feira 18 que Fernando Haddad será candidato ao governo paulista em outubro, independentemente do desfecho sobre a federação com o PSB.

Pesquisa Ipespe divulgada nesta sexta mostra que Haddad lidera a corrida ao Palácio dos Bandeirantes em todos os cenários. No desenho sem o ex-tucano Geraldo Alckmin, que deve ser vice de Lula no pleito presidencial, Haddad tem uma vantagem de 10 pontos percentuais sobre Márcio França, pré-candidato do PSB.

CartaCapital, Marinho disse receber a pesquisa com “satisfação grande”, mas pregou “serenidade e cabeça no lugar”.

“Estamos no treino, então não podemos nos entusiasmar demais. Evidente que serve de estímulo, também. Eu venho falando desde o ano passado que vamos chegar à campanha liderando esse processo, pelo quadro a que estamos assistindo. A migração do Alckmin, que sai desse processo e vem nessa construção da possibilidade muito real de ser vice de Lula, coloca o Haddad na boca do gol”, celebrou Marinho.

PT e PSB negociam uma federação que envolveria ainda o PCdoB e o PV. A se concretizarem as tratativas, a aliança poderá indicar apenas um candidato ao governo paulista, e aí mora um impasse: o PT não abre mão de Haddad, enquanto o PSB e Márcio França não consideram recuar.

Nesta semana, França defendeu em entrevista a CartaCapital a realização de uma pesquisa em maio ou junho para definir quem, afinal, será o candidato da federação, caso ela seja oficializada. Questionado se concorda com a ideia, Marinho afirmou “sempre ouvir as demandas dos parceiros, como o PSB”, mas disse enxergar “que o quadro está dado”.

Assim, existiriam duas possibilidades: com a concretização da federação, o PSB abraça a candidatura de Haddad; ou, na impossibilidade de se formar a federação, PT e PSB apresentam nomes próprios em São Paulo, ambas as candidaturas funcionando também como palanques para Lula.

“O Haddad é a melhor alternativa para liderar o nosso projeto. O que a gente pede aos parceiros é que avaliem com muito carinho. Nós não vamos botar garrote em ninguém. Se o PSB desejar ter candidatura, não vamos nos opor a isso. Não temos problema em ter dois ou três palanques do Lula em São Paulo. Agora, a candidatura do Haddad está dada, para nós. Não tem muito o que discutir em relação a isso”, prosseguiu Luiz Marinho.

E emendou: “Nós queremos a federação, apoiamos, mas o candidato da federação em São Paulo se chama Fernando Haddad. Se não for possível, não temos problema nenhum com o PSB ter candidato a governador. Respeitamos a trajetória e a liderança do Márcio, mas acredito que, para São Paulo e para a candidatura nacional do Lula, a melhor alternativa é Haddad governador. Se a gente tiver um segundo palanque para o Lula em São Paulo, vamos juntos e vamos somar no segundo turno, se for esse o caso”.

Marinho também demonstrou a expectativa de ter Alckmin participando ativamente da campanha de Haddad, após sacramentar a aliança com Lula no plano nacional. O presidente do PT de São Paulo vê o ex-tucano como “uma liderança respeitosa no estado” e considera que “sua militância será muito bem-vinda em torno do Haddad e do Lula”.

Leia a íntegra da pesquisa Ipespe:

2022_02 PESQUISA IPESPE SAO PAULO

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