CartaExpressa
Haddad diz que âncora fiscal vai ‘exigir’ que Banco Central derrube taxa de juros
‘É mais do que permitir’, insistiu o ministro em entrevista concedida na manhã desta quinta-feira
O ministro da Fazenda Fernando Haddad afirmou que a nova âncora fiscal proposta pelo governo federal vai além da criação de um cenário favorável para a queda de juros. Segundo defendeu em entrevista concedida à rádio BandNews na manhã desta quinta-feira 6, o modelo indicado pelo Executivo criará um modelo em que a queda da Selic seja praticamente ‘obrigatória’.
“Isso [âncora fiscal] vai exigir, mais do que permitir, uma queda da taxa de juros”, afirmou o ministro. “[Vai exigir] Porque, se as contas estão em ordem, não tem porque pagar um juro tão alto, que é o maior do mundo hoje”, explicou.
Na conversa, o ministro disse que a proposta do arcabouço fiscal, apresentada na semana passada, teria encaminhado o País para uma ‘convergência’ entre a política fiscal do governo federal e a política monetária do Banco Central, que vivem em pé de guerra até o momento.
“Penso que está havendo uma convergência entre a política que a gente chama de fiscal – receitas e despesas – e a política monetária, que cuida da inflação e da trajetória da dívida pública”, destacou.
“Isso convergindo, se tudo se confirmar, se o Congresso e o Judiciário nos derem sustentação para esse plano, o Brasil entra em 2024 numa rota de crescimento sustentável e com justiça social”.
Importante lembrar que, na quarta-feira 5, Roberto Campos Neto, que preside o BC, elogiou a proposta do governo federal. Em um evento de um banco privado, o executivo disse classificar como ‘super positiva’ a âncora fiscal desenhada pelo governo. Ao mesmo tempo, Campos Neto mostrou discordância com a afirmação de que a regra, por si só, é capaz de derrubar a Selic. Para ele, “não existe relação mecânica entre o fiscal e taxa de juros”, como defendeu Haddad nesta quinta-feira.
Relacionadas
CartaExpressa
Caixa libera ‘Saque Calamidade’ para municípios do RS; saiba como solicitar
Por André LucenaCartaExpressa
UE considera ‘inaceitáveis’ as ordens de evacuação de civis de Rafah
Por AFPCartaExpressa
Justiça determina exclusão de postagens de ‘Nego Di’ com conteúdo falso sobre enchentes no RS
Por Carta CapitalApoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Os Brasis divididos pelo bolsonarismo vivem, pensam e se informam em universos paralelos. A vitória de Lula nos dá, finalmente, perspectivas de retomada da vida em um país minimamente normal. Essa reconstrução, porém, será difícil e demorada. E seu apoio, leitor, é ainda mais fundamental.
Portanto, se você é daqueles brasileiros que ainda valorizam e acreditam no bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando. Contribua com o quanto puder.