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Haddad diz que âncora fiscal vai ‘exigir’ que Banco Central derrube taxa de juros

‘É mais do que permitir’, insistiu o ministro em entrevista concedida na manhã desta quinta-feira

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Foto: Sergio Lima/AFP
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O ministro da Fazenda Fernando Haddad afirmou que a nova âncora fiscal proposta pelo governo federal vai além da criação de um cenário favorável para a queda de juros. Segundo defendeu em entrevista concedida à rádio BandNews na manhã desta quinta-feira 6, o modelo indicado pelo Executivo criará um modelo em que a queda da Selic seja praticamente ‘obrigatória’.

“Isso [âncora fiscal] vai exigir, mais do que permitir, uma queda da taxa de juros”, afirmou o ministro. “[Vai exigir] Porque, se as contas estão em ordem, não tem porque pagar um juro tão alto, que é o maior do mundo hoje”, explicou.

Na conversa, o ministro disse que a proposta do arcabouço fiscal, apresentada na semana passada, teria encaminhado o País para uma ‘convergência’ entre a política fiscal do governo federal e a política monetária do Banco Central, que vivem em pé de guerra até o momento.

“Penso que está havendo uma convergência entre a política que a gente chama de fiscal – receitas e despesas – e a política monetária, que cuida da inflação e da trajetória da dívida pública”, destacou.

“Isso convergindo, se tudo se confirmar, se o Congresso e o Judiciário nos derem sustentação para esse plano, o Brasil entra em 2024 numa rota de crescimento sustentável e com justiça social”.

Importante lembrar que, na quarta-feira 5, Roberto Campos Neto, que preside o BC, elogiou a proposta do governo federal. Em um evento de um banco privado, o executivo disse classificar como ‘super positiva’ a âncora fiscal desenhada pelo governo. Ao mesmo tempo, Campos Neto mostrou discordância com a afirmação de que a regra, por si só, é capaz de derrubar a Selic. Para ele, “não existe relação mecânica entre o fiscal e taxa de juros”, como defendeu Haddad nesta quinta-feira.

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