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Governo Bolsonaro comprou pescoço de galinha a R$ 260 o quilo para população indígena
Contrato assinado foi para a compra de 20 quilos do item, totalizando R$ 5.200; não há registro de entrega do produto, que no mercado custa, em média, R$ 10
No curso das denúncias de irregularidades em compras de alimentos para a população indígena, mais um caso envolvendo o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) foi revelado nesta terça-feira 16. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o governo anterior comprou, em 2022, pescoço de galinha para indígenas, no valor de 260 reais o quilo.
De acordo com a publicação, a compra, sem licitação, foi feita em uma empresa em Humaitá (AM), cujo administrador é Herivaneo Vieira de Oliveira Junior, filho do ex-prefeito do município, Herivaneo Vieira de Oliveira (PL), que já foi preso por ataques a órgãos ambientais. O pai é proprietário do mercado. A compra foi destinada a indígenas da etnia Mura e a funcionários da Funai em missão em Manicoré, na floresta amazônica.
O contrato assinado envolveu a compra de 20 quilos de pescoço de galinha, totalizando 5,2 mil reais. Não há, entretanto, registro de entrega do produto. O preço médio do quilo de pescoço de galinha gira em torno dos 10 reais, sendo comum encontrá-lo, em grandes redes de supermercado, a 5 reais o quilo.
Segundo a publicação, a coordenação regional da Funai em Rio de Madeira (AM) comprou, também, mais de uma tonelada de carne de charque, maminha, coxão duro, alcatra e latas de presunto que não foram distribuídas entre as famílias das aldeias indígenas durante a pandemia de Covid-19.
Herivaneo Vieira de Oliveira disse que os produtos foram entregues conforme notas fiscais emitidas. Sobre a venda da carne de pescoço a 260 reais o quilo, ele disse que não vende esse tipo de produto. “Não existe isso aqui. Eu sei que é uma carne ruim demais”, afirmou.
A Funai ainda não se manifestou, especificamente, sobre o caso. Em nota sobre as irregularidades em compra de bistecas, enlatados e linguiças, reveladas na segunda-feira, a fundação informou que apura internamente o caso ocorrido na gestão anterior.
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