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Exército não fez relatório sobre acampamento golpista por não ver riscos à segurança do QG

O ofício, assinado pelo general de divisão Humberto Montenegro Junior, foi enviado à CPMI do 8 de Janeiro

O acampamento dos extremistas permaneceu por dois meses na porta do QG do Exército - Imagem: Valter Campanato/ABR
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Um relatório do comando do Exército encaminhado à CPMI do 8 de Janeiro sustenta que a Força não identificou riscos à segurança do Setor Militar Urbano e, por isso, não produziu um relatório de inteligência sobre o acampamento golpista instalado em frente ao quartel-general de Brasília.

O ofício, assinado pelo general de divisão Humberto Montenegro Junior, foi divulgado nesta terça-feira 1º pelo jornal O Globo.

“Incumbiu-me o Comandante do Exército de informar que não foram produzidos, pelo CIE [Centro de Inteligência do Exército], relatórios de inteligência referentes ao aludido acampamento, uma vez que não foram identificados aspectos que pudessem comprometer a segurança orgânica dos aquartelamentos localizados no Setor Militar Urbano”, diz o documento.

Na segunda 31, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, afirmou ter havido negligência de órgãos públicos em relação aos acampamentos.

“Era um acampamento de criminosos, que reunia pessoas que estavam tramando um golpe de Estado. O que houve foi uma negligência de várias entidades, de vários órgãos públicos”, disse Rodrigues. “Verbalizei e inclusive formalizei isso num ofício, dizendo que aquelas pessoas precisavam ser contidas no acampamento, caso contrário iriam invadir o Congresso, o STF e o Palácio do Planalto. Não sou vidente, só estava vendo as coisas.”

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