CartaExpressa
Ex-bolsonarista Alberto Fraga descarta chances de um motim nas polícias
Coronel da reserva e ex-deputado criador da bancada da bala afirma não ter motivos para preocupações com atos no dia 7 de setembro
O ex-deputado Alberto Fraga, coronel da reserva na polícia militar e ex-aliado de Jair Bolsonaro, não vê motivos para grandes preocupações com a participação de policiais nos atos do dia 7 de setembro e afirma não acreditar em um motim dos profissionais em favor do presidente. As declarações foram dadas ao UOL nesta quarta-feira 25.
“A hora que um governador ou um comandante geral expulsar um policial, Bolsonaro não tem força pra retornar”, justificou Fraga, indicando que policiais sabem disso e evitarão qualquer ação.
Para o ex-deputado, apesar do grande apoio dos integrantes das PMs ao presidente, não há motivos para se preocupar com ameaças de golpe nos atos do dia 7 de setembro. “A sociedade hoje não aceita esse tipo de pensamento, de forma alguma”, explicou. “Na manifestação, vai ter aquelas faixas idiotas de intervenção militar, AI5, nada mais”, acrescentou o coronel.
Fraga diz ainda não compreender a adesão das forças de segurança ao bolsonarismo, já que “Bolsonaro não fez absolutamente nada pela categoria. Pelo contrário, houve até algumas perdas”.
Apesar da posição, Fraga até recentemente era forte aliado do presidente, tendo rompido relações só após a morte de sua esposa por Covid-19. Sobre o seu afastamento de Bolsonaro, de quem era amigo por mais de 30 anos, não quis comentar.
O coronel minimizou também as declarações do presidente de que ‘o povo dará o norte do que deve ser feito’: “Digamos que a Avenida Paulista seja tomada por um milhão de pessoas, que Brasília tenha 600 mil e o Rio de Janeiro tenha outros milhares de manifestantes. O que vai mudar por causa disso? Nada”.
CartaCapital
Há 31 anos, a maior referência progressista em jornalismo no Brasil.
Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome
Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.
CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.
Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.
Leia também
‘Bolsonaro estica a corda para fazer do 7 de Setembro o ponto de não retorno’
Por Leonardo Miazzo e Thais Reis Oliveira
Coronel cearense convoca bolsonaristas a ‘adentrar STF e Congresso’ no 7 de Setembro
Por Marina Verenicz