EUA consideram que Forças Armadas não participariam de golpe no Brasil, diz site

Conselheiros de segurança de Joe Biden estiveram recentemente no Brasil conversando com Bolsonaro e militares brasileiros

Jair Bolsonaro e Jake Sullivan, conselheiro de Segurança dos Estados Unidos. Foto: Reprodução/Redes Sociais

Apoie Siga-nos no

Os Estados Unidos veem com preocupação a escalada autoritária nos discursos do presidente Jair Bolsonaro, mas não consideram que as Forças Armadas brasileiras participariam de um golpe em favor do mandatário. A informação é da BBC Brasil.

“O governo dos EUA tem muita confiança que os militares brasileiros não ficariam do lado do Bolsonaro se ele tentasse cometer algum tipo de autogolpe, como vimos com Trump, na invasão do Capitólio em 6 de janeiro”, afirmou Ryan Berg, cientista-político especialista em regimes autoritários na América Latina do Centro de Estratégias e Estudos Internacionais.

Berg também acredita que “a visão do governo dos EUA é que, embora os movimentos de Bolsonaro sejam muito preocupantes, com desfile de tanques pelas ruas de Brasília e atos para desacreditar as eleições, ainda assim o Congresso rejeitou o voto impresso e isso, para o governo dos Estados Unidos, indica que as instituições do Brasil são mais fortes do que algumas pessoas gostam de dizer”.

Reservadamente, autoridades de segurança dos EUA e da diplomacia norte-americana confirmaram à BBC a visão do cientista.

Segundo a reportagem, a visita recente dos principais conselheiros de segurança do presidente Joe Biden ao Brasil acenderam um alerta para a ‘saúde da democracia brasileira’. A preocupação ficou explícita em declarações de Jake Sullivan e Juan González, enviados dos EUA, após o encontro com Jair Bolsonaro e militares brasileiros no início de agosto.

Recentemente, participantes do encontro relataram que Sullivan deixou um recado de Biden ao presidente brasileiro, pedindo que Bolsonaro não tumultue, nem interfira nas eleições de 2022. Publicamente, González confirmou o recado em coletiva sobre o encontro.


“Fomos muito diretos em expressar nossa confiança na capacidade de as instituições brasileiras conduzirem uma eleição livre e limpa e enfatizamos a importância de não ser minada a confiança no processo de eleições, especialmente porque não há indício de fraude nas eleições passadas”, afirmou o assessor especial de Biden.

De acordo com a reportagem, Bolsonaro teria afirmado aos conselheiros de Biden que as eleições dos Estados Unidos que levaram o democrata ao poder foram fraudadas. As posições do brasileiro em favor de Donald Trump eram conhecidas, no entanto, os enviados dos EUA não esperavam que o presidente repetisse as acusações pessoalmente.

A aproximação do clã Bolsonaro com o estrategista de Trump, Steve Bannon, também é vista com preocupação. Bannon esteve recentemente com Eduardo Bolsonaro em um evento, quando o filho do presidente foi apresentado como ‘amigo’ do estrategista pelo cerimonial. Recentemente, Eduardo também esteve ao lado do ex-presidente dos Estados Unidos.

 

Para proteger e incentivar discussões produtivas, os comentários são exclusivos para assinantes de CartaCapital.

Já é assinante? Faça login
ASSINE CARTACAPITAL Seja assinante! Aproveite conteúdos exclusivos e tenha acesso total ao site.
Os comentários não representam a opinião da revista. A responsabilidade é do autor da mensagem.

0 comentário

Relacionadas

Um minuto, por favor…

O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.

Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.

Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.

Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.

Assine a edição semanal da revista;

Ou contribua, com o quanto puder.