CartaExpressa

Deputado tenta impedir a transferência da Abin para a Casa Civil

Até o decreto assinado pelo presidente Lula (PT), a agência estava sob o guarda-chuva do Gabinete de Segurança Institucional

Deputado tenta impedir a transferência da Abin para a Casa Civil
Deputado tenta impedir a transferência da Abin para a Casa Civil
O deputado Kim Kataguiri. Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados
Apoie Siga-nos no

O deputado federal Kim Kataguiri (União-SP) apresentou nesta quinta-feira 2 um projeto de decreto legislativo para impedir a transferência da Agência Brasileira de Inteligência ao Ministério da Casa Civil.

Até o decreto assinado pelo presidente Lula (PT), a Abin estava sob o guarda-chuva do Gabinete de Segurança Institucional, comando pelo general Gonçalves Dias.

Após protocolar o projeto, Kataguiri alegou nas redes sociais que a Casa Civil “é a pasta mais política de todas” e que a Abin “não pode ficar subordinada a interesses políticos”. Segundo ele, que acusou o governo Lula de ser “vingativo”, o GSI “sempre foi um órgão técnico e institucional”.

A mudança é mais uma das etapas de um processo de desmilitarização da Abin, um objetivo traçado pelo governo após os atos de terrorismo em 8 de janeiro. Desde então, Lula vem demitindo militares escolhidos por Jair Bolsonaro (PL) para o GSI.

Em recente entrevistaCartaCapital, o cientista político Rodrigo Lentz, professor da Universidade de Brasília e autor de República de Segurança Nacional: militares e política no Brasil (Expressão Popular), avaliou ser correta a retirada da Abin das mãos do GSI.

“A iniciativa vai ao encontro de sugestões de estudiosos da academia, pontuando que a inteligência civil tem de atender à sua finalidade: assessorar sobretudo na área de políticas públicas e na estabilidade dos Poderes constitucionais, sem a perspectiva de um inimigo interno”, declarou.

ENTENDA MAIS SOBRE: , , , , , , , ,

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo

Apoie o jornalismo que chama as coisas pelo nome

Depois de anos bicudos, voltamos a um Brasil minimamente normal. Este novo normal, contudo, segue repleto de incertezas. A ameaça bolsonarista persiste e os apetites do mercado e do Congresso continuam a pressionar o governo. Lá fora, o avanço global da extrema-direita e a brutalidade em Gaza e na Ucrânia arriscam implodir os frágeis alicerces da governança mundial.

CartaCapital não tem o apoio de bancos e fundações. Sobrevive, unicamente, da venda de anúncios e projetos e das contribuições de seus leitores. E seu apoio, leitor, é cada vez mais fundamental.

Não deixe a Carta parar. Se você valoriza o bom jornalismo, nos ajude a seguir lutando. Assine a edição semanal da revista ou contribua com o quanto puder.

Leia também

Jornalismo crítico e inteligente. Todos os dias, no seu e-mail

Assine nossa newsletter

Assine nossa newsletter e receba um boletim matinal exclusivo