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Este é o momento histórico correto para tirar a Abin dos militares, diz cientista político

No entanto, para o professor Rodrigo Lentz, especialista na atuação política de fardados, desmilitarizar a agência não será uma tarefa simples

Foto: Abin/Reprodução
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Retirar a Agência Brasileira de Inteligência das mãos do Gabinete de Segurança Institucional, como sinaliza o presidente Lula (PT), será uma decisão acertada e promoverá o fortalecimento da democracia no País. A avaliação é do cientista político Rodrigo Lentz, professor da Universidade de Brasília e autor de República de Segurança Nacional: militares e política no Brasil (Expressão Popular).

Em entrevista a CartaCapital no YouTube nesta terça-feira 24, o professor também afirmou que, considerada a conjuntura instalada após os atos golpistas de 8 de janeiro, este é o momento histórico correto para executar uma ação dessa magnitude.

“A iniciativa vai ao encontro de sugestões de estudiosos da academia, pontuando que a inteligência civil tem de atender à sua finalidade: assessorar sobretudo na área de políticas públicas e na estabilidade dos Poderes constitucionais, sem a perspectiva de um inimigo interno”, declarou Lentz.

Apesar de as ações terroristas promovidas por bolsonaristas terem levado a uma “maior convergência” entre os Poderes, porém, desmilitarizar a Abin não será uma tarefa simples, segundo o pesquisador.

“Há uma reestruturação necessária para a retirada da agência do guarda-chuva dos militares que ficam na Presidência e, inevitavelmente, será necessário em algum momento dialogar com a inteligência militar”, ponderou. “O trabalho será árduo, mas o caminho está muito acertado. Nesses acordos que provavelmente estão ocorrendo, me parece que a democracia sai ganhando com a Abin sob o guarda-chuva do poder civil.”

Conforme a proposta em discussão na gestão federal, a agência de inteligência ficaria sob a guarda da Casa Civil, do ministro Rui Costa. O martelo, porém, ainda não foi batido. Por enquanto, a Abin segue sob o comando do general Gonçalves Dias, do GSI.

Assista à íntegra da entrevista:

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