CartaExpressa
Datafolha: Bolsonaro tem a pior avaliação para um candidato à reeleição desde 1997
Levantamento traz o ex-capitão com 45% reprovação ao seu governo e apenas 28% de aprovação
O presidente Jair Bolsonaro (PL) tem a pior avaliação popular de um candidato à reeleição no Planalto desde 1997, segundo o instituto Datafolha. A pesquisa divulgada no fim da noite desta quinta-feira 28 traz o ex-capitão com 45% de reprovação e apenas 28% de aprovação ao seu mandato. A série histórica do instituto mostra que, a esta altura do mandato, nenhum outro presidente em busca de mais quatro anos de governo conseguiu um desempenho pior.
Fernando Henrique Cardoso (PSDB), por exemplo, fechou julho de 1998 com 38% de aprovação e apenas 19% de reprovação. Lula (PT), por sua vez, no mesmo período em 2006, tinha 38% de avaliação positiva e 21% de indicações negativas. Já em 2014, Dilma Rousseff (PT) somava 32% de aprovação e 29% de reprovação. Como se vê, diferentemente de Bolsonaro, a aprovação foi sempre maior do que a reprovação. Naqueles anos, os três políticos foram reeleitos.
O levantamento deste fim de julho revela ainda uma estabilidade de Bolsonaro no quesito reprovação. Apesar de ter oscilado negativamente desde o último levantamento, o grupo que aponta o presidente como ‘ruim’ ou ‘péssimo’ não conseguiu cair para além da margem de erro. O mesmo aconteceu entre aqueles que dizem que o ex-capitão faz um ‘bom’ ou ‘ótimo’ governo, que não subiu para além do limite dos dois pontos percentuais.
Ainda de acordo com o instituto, Bolsonaro tem usado a PEC Eleitoral e outros anúncios políticos para tentar reverter o cenário negativo, em especial nos grupos em que enfrenta maior resistência, como os mais pobres e as mulheres. Para os pesquisadores, ainda que os efeitos no quesito votos ou uma queda abrupta na rejeição não tenham sido sentidos, na aprovação nestes segmentos, houve um ‘avanço tímido’.
Mulheres, por exemplo, passaram a indicar uma visão mais positiva de Bolsonaro desde a última pesquisa. O grupo que avaliava o ex-capitão como ‘ótimo’ ou ‘bom’ era de 22% e passou a ser de 27%. O mesmo salto de 5 pontos também foi registrado entre os mais pobres, grupo em que Bolsonaro passou a ser aprovado por 25%.
Para chegar aos resultados desta sexta, o instituto ouviu 2.556 eleitores de todo o Brasil entre os dias 27 e 28 de julho. A margem de erro da pesquisa do jornal Folha de S. Paulo é de 2 pontos percentuais. No Tribunal Superior Eleitoral o registro é BR-01192/2022.
Mais cedo na quinta, o instituto divulgou o recorte eleitoral do levantamento. Nele, Lula aparece na liderança, com 52% dos votos válidos, e chances de vencer a eleição ainda no primeiro turno. Caso um eventual segundo turno contra Bolsonaro fosse necessário, o petista superaria o ex-capitão por 20 pontos percentuais.
Relacionadas
CartaExpressa
TSE condena União Brasil a devolver R$ 765 mil por gastos irregulares do PSL em 2018
Por Marina VereniczCartaExpressa
Felipe Neto é autuado por injúria após chamar Lira de ‘excrementíssimo’
Por CartaCapitalCartaExpressa
CNJ proíbe uso de multas de delações para promoção pessoal de juízes e promotores
Por CartaCapitalCartaExpressa
Deputado pede que MP apure ameaças a professora que corrigiu aluna por dizer que Moraes ‘acaba com as leis’
Por CartaCapitalUm minuto, por favor…
O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.
Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.
Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.
Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.
Assine a edição semanal da revista;
Ou contribua, com o quanto puder.