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Crescimento de Lula foi puxado por votos de Janones, mostra relatório da FSB
Para os pesquisadores, dados do levantamento também revelam que potencial eleitoral da redução nos combustíveis se esgotou


O crescimento de 4 pontos percentuais de Lula (PT) na mais nova rodada da pesquisa eleitoral da FSB foi puxada pela migração de eleitores de André Janones (Avante) para o ex-presidente. A conclusão consta no relatório divulgado pelos pesquisadores nesta segunda-feira 15.
“Após a desistência de André Janones, que até então tinha 2% das intenções de voto, e tendo atraído alguns eleitores indecisos ou que falavam em anular seus votos, o ex-presidente Lula cresceu 4 pontos percentuais na última semana e voltou ao patamar de 45%, enquanto o presidente Jair Bolsonaro ficou estacionado nos 34%”, destacam os pesquisadores já na abertura do documento.
Com base nos dados, o documento aponta ainda que o potencial eleitoral da redução do preço dos combustíveis teria se esgotado, o que explicaria a interrupção do crescimento de apoiadores do ex-capitão.
“A pesquisa indica que, em princípio, o efeito positivo que a redução no preços dos combustíveis poderia ter na intenção de voto de Bolsonaro em grande parte já se realizou”, destacam, amparados no percentual estável (64%) dos eleitores que perceberam a baixa nas últimas semanas.
Bolsonaro também não conseguiu convencer novos eleitores de que é o responsável pela redução. O que, segundo o instituto, contribuiu para o cenário de vantagem para Lula. O petista voltou a abrir mais de 10 pontos de distância para o ex-capitão e estaria perto de vencer o pleito no primeiro turno.
Para os pesquisadores, apesar da queda na inflação registrada no último mês, os eleitores brasileiros pouco perceberam a melhora na sua situação financeira. “Uma fatia importante do eleitorado ainda não sentiu efeitos positivos no próprio bolso. Assim, a avaliação do governo Bolsonaro interrompeu sua trajetória de melhora e estabilizou-se em 33% de ótimo/bom, 21% de regular e 44% de ruim/péssimo”, diz o texto.
A pesquisa desta segunda foi contratada pelo banco BTG Pactual e contou com 2 mil entrevistas, via telefone, realizadas entre os dias 12 e 14 de agosto. No Tribunal Superior Eleitoral, o registro é o BR-00603/2022. O levantamento tem margem de erro de 2 pontos percentuais e nível de confiança de 95%.
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