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Coronel preso por omissão no 8 de Janeiro transportou R$ 1 milhão em dinheiro vivo usando estrutura da PM-DF

Segundo a denúncia da PGR, dinheiro saiu de São Paulo e seguiu para Brasília; esquema de corrupção liderado pelo policial se arrastou entre 2021 e 2022

Jorge Eduardo Naime, coronel preso por atuação no 8 de janeiro. Foto: Reprodução
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O coronel Jorge Eduardo Naime, um dos policias do Distrito Federal presos por omissão diante de golpistas no 8 de Janeiro, teria transportado 1 milhão de reais em dinheiro vivo de São Paulo até Brasília, usando a estrutura oficial da PM. A denúncia foi feita pela Procuradoria-Geral da República e revelada pelo site G1 neste sábado 19.

Naime mantinha “relações econômicas aparentemente ilícitas com um indivíduo identificado como Sérgio Assis”, diz um trecho da denúncia em destaque no site. O transporte de 1 milhão de reais ocorreu no dia 12 de junho de 2021.

“Há indícios de que Naime tenha se utilizado da estrutura da Polícia Militar do Distrito Federal para promover ‘escolta’ no transporte de valores, bem como elementos da provável origem espúria dos recursos, além de potencial lavagem de dinheiro”, resume o trecho principal da denúncia.

O transporte teria sido feito de forma não oficial e sem qualquer declaração. O modelo foi usado para que o dinheiro, ilícito, fosse lavado, indica a denúncia da procuradoria. Há, entre as suspeitas, o desvio de recursos da Associação dos Oficiais da PMDF, da qual Naime era presidente.

Em 2022, ele teria firmado um contrato com Sérgio Assis no valor de 8,9 mil reais. Mas, segundo aponta a apuração, recebido 8 mil reais de volta. A transação ocorria mensalmente.

“Naime, aparentemente, utilizava-se da posição de presidente da Associação para desviar os recursos angariados pela entidade por meio da contribuição de seus próprios pares”, sustenta a PGR em outro trecho em destaque no site.

Naime já está preso desde o dia 7 de fevereiro por suspeita de omissão nas operações para conter os golpistas naquele 8 de Janeiro, em Brasília. Na sexta-feira, foi alvo de nova operação da PF, que também prendeu o atual comandante-geral da tropa, Klepter Rosa, e outros integrantes da cúpula da PM do DF.

Naime já prestou depoimento na CPI do 8 de Janeiro, no DF, e na CPMI dos atos golpistas no Congresso Nacional. Na ocasião, negou as acusações de omissão, mas reconheceu erros da PM na operação. A defesa do policial alega que provará a inocência do coronel.

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