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Coaf aponta ‘movimentação atípica’ nas contas de condenado por bomba em Brasília, diz jornal
George Washington Sousa movimentou quase 750 mil reais entre março e dezembro de 2022; os valores são ‘incompatíveis com o patrimônio’ e ‘com indícios de financiamento ao terrorismo’
O Conselho de Controle de Atividades Financeiras, o Coaf, identificou uma movimentação de quase 750 mil reais em três contas ligadas a George Washington Sousa, condenado por arquitetar um atentado a bomba no aeroporto de Brasília.
O relatório do órgão de combate à lavagem de dinheiro foi revelado pelo jornal O Globo desta quinta-feira 3. De acordo com o documento, a movimentação, feita entre março e dezembro de 2022, é ‘atípica’, incompatível com o patrimônio’ do condenado e apresenta ‘indícios de financiamento ao terrorismo’.
“O volume transacionado em sua conta dentro do período da análise excede sua capacidade financeira, sendo que algumas operações específicas apresentam atipicidades potencialmente relacionadas à compra de armamentos”, destaca um trecho do relatório do Coaf.
À PF, o terrorista disse que gastou cerca de 160 mil reais em armas e munições em preparação para ‘uma guerra’. Ele dizia querer “pegar em armas para derrubar o comunismo”. O valor já mostra inconsistências com o patrimônio e renda do condenado. No mesmo depoimento, George Washington relatou ganhar entre 4 e 5 mil reais mensais no trabalho como gerente de posto no interior do Pará.
O Coaf aponta, porém, que o montante desembolado por ele para comprar armas e munições pode ser ainda maior do que o relatado em depoimento. O órgão rastreou uma série de pagamentos a clubes de tiros e lojas de armas de Brasília, Goiânia e São Paulo. Os valores variam entre 35 mil reais e 215 mil reais.
O Coaf também teria identificado compras acima do que a renda e patrimônio do condenado permitiam. Em Goiânia, por exemplo, gastou 4,5 mil reais em joias em março do ano passado. No mesmo mês, mais de 6 mil reais bancaram compras em empórios de comida e bebidas de luxo na cidade. Ainda segundo revela o jornal. há despesas com stands de tiro, artigos de pesca, equipamentos de armamento, além de hospedagens em hotéis e hospedagens pelo País. Não foram divulgadas as localizações exatas deste último tópico.
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