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Ciro pede Congresso e Forças Armadas ’em alerta’ após Bolsonaro faltar a depoimento
Segundo o pedetista, trata-se de ‘mais um capítulo na escalada de gerar conflitos que tumultuem o curso normal das eleições’


O pré-candidato do PDT à Presidência, Ciro Gomes, afirmou nesta sexta-feira 28 que o presidente Jair Bolsonaro “decidiu confrontar, de forma irresponsável e autoritária, uma decisão do STF”. Ao contrário de determinação do ministro Alexandre de Moraes, o ex-capitão não compareceu à Superintendência da Polícia Federal no Distrito Federal para depor sobre o vazamento de um inquérito.
Segundo Ciro, trata-se de “mais um capítulo na escalada de gerar conflitos e impasses que tumultuem – ou tentem inviabilizar – o curso normal das eleições, já que ele se sente antecipadamente derrotado”. Diante disso, declarou o pedetista nas redes sociais, “Congresso Nacional, Forças Armadas, sociedade civil e comunidade internacional devem se colocar em grau permanente de alerta”.
“Mesmo que este episódio seja superado, outros surgirão, pois é isto que Bolsonaro tem feito, com pausas meramente táticas, desde o ano passado”, acrescentou Ciro, reforçando que “um presidente que comete crimes – inclusive de responsabilidade – em sequência, sem punição, se sentirá cada vez mais poderoso, mesmo que esta sensação se baseie em mero delírio psicótico de poder”.
Na tarde desta sexta, Alexandre de Moraes negou o recurso apresentado pela Advocacia-Geral da União e manteve a data-limite para que Bolsonaro preste depoimento à PF. Em decisão na quinta-feira 27, o magistrado havia mandado Bolsonaro depor nesta sexta para esclarecer o vazamento de um inquérito que apurava uma invasão hacker ao sistema eleitoral em 2018.
O presidente divulgou o inquérito em uma entrevista à Jovem Pan, no ano passado, para levantar suspeitas de que as urnas eletrônicas não seriam confiáveis, mas não apresentou comprovações de que o resultado do pleito foi alterado. O Tribunal Superior Eleitoral também negou ocorrências de fraude.
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