O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) retomou sua pré-candidatura à Presidência da República, após suspendê-la em protesto contra o apoio da bancada de seu partido na Câmara à PEC dos Precatórios em 1º turno. Na 2ª rodada de votação, a legenda mudou de posição e recomendou o voto ‘não’, mas 5 dos 25 deputados pedetistas ainda deram aval à proposta, que foi aprovada e chegou ao Senado.
“Agora eu volto à luta, porque os companheiros da bancada me deram um sinal muito generoso e corajoso. Só fazem esse tipo de gesto aqueles que têm compostura. Essa é a razão pela qual a sabedoria dos dois turnos se colocou na Constituição”, disse Ciro em entrevista à CNN Brasil. “Um partido como o nosso não pode dar mensagens dúbias, nenhum sinal trocado para a população brasileira. Movemos uma oposição intransigente ao governo corrupto, genocida, incompetente e trágico do senhor Jair Bolsonaro.”
Questionado sobre o fato de aparecer atrás de Lula e Bolsonaro nas pesquisas de intenção de voto, o pedetista afirmou que os levantamentos retratam o momento e que há cinco meses mostravam, por exemplo, Luciano Huck entre os cotados.
“Não podemos deixar que as eleições sejam um jogo de Chico contra Manoel, assentada nos ódios e paixões superficiais, como Lula e Bolsonaro preferem”, prosseguiu.
Ciro ainda declarou que “a solução para a tragédia do presente não pode ser uma volta ao passado” e que o caminho passa por “paciência, humildade, fé na inteligência do povo e deixar o tempo amadurecer as coisas”. Ele também criticou o ex-juiz Sergio Moro, que se filiou nesta quarta ao Podemos e indicou ser candidato à Presidência.
“Moro quer usar a Nação como uma espécie de psiquiatra para resolver a sua brutal crise de identidade. Como juiz disfarçado, fazia política – condena um político, depois vai para o governo do outro político que se elege. Depois, um cara que foi declarado suspeito pela Suprema Corte“, disparou. “Moro, como político, destruiu processos, na ânsia de aparecer. Agora, caiu a máscara. Vamos enfrentar o debate. Moro nunca foi capaz de entender o Brasil.”
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