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Brumadinho, 5 anos depois: ‘Vale não fez nada para reparar a destruição’, diz Lula

O presidente publicou a crítica em meio a discussões sobre o futuro do comando da empresa

A tragédia em Brumadinho. Foto: Ricardo Stuckert
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O presidente Lula (PT) criticou nesta quinta-feira 25 a conduta da Vale, ao relembrar os cinco anos da tragédia em Brumadinho (MG), que deixou 272 mortos e um rastro de devastação ambiental.

“Hoje faz 5 anos do crime que deixou Brumadinho debaixo de lama, tirando vidas e destruindo o meio ambiente. 5 anos e a Vale nada fez para reparar a destruição causada“, escreveu o petista nas redes sociais. “É necessário o amparo às famílias das vítimas, recuperação ambiental e, principalmente, fiscalização e prevenção em projetos de mineração, para não termos novas tragédias como Brumadinho e Mariana.”

Desde janeiro de 2019, quando uma de suas barragens em Brumadinho se rompeu, a mineradora já ganhou quase 48 bilhões de dólares – cerca de 235 bilhões de reais na cotação atual. Enquanto isso, atingidos pela tragédia ainda reclamam das indenizações. Até hoje, nenhuma pessoa ligada à Vale foi responsabilizada pelas 272 mortes.

Lula publicou a mensagem em meio a discussões sobre o futuro do comando da Vale. O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega é o nome preferido do governo para a presidência da empresa, cujo Conselho de Administração se reunirá na próxima quarta-feira 31 para decidir se Eduardo Bartolomeo continuará a ser o CEO.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), está pessoalmente empenhado no diálogo com acionistas, mas um desfecho positivo para o governo ainda é considerado improvável.

As ações da Vale têm a seguinte divisão:

  • Previ (fundo de previdência dos funcionários do Banco do Brasil): 8,7%;
  • Mitsui&Co: 6,31%;
  • Blackrock, Inc.: 5,83%;
  • Tesouraria: 5,27%; e
  • Outros: 73,88%.

Ou seja, o peso da Previ não seria suficiente para o governo emplacar um nome na presidência da Vale. Desse cenário decorre a necessidade de tentar convencer outros grupos de acionistas.

Na semana passada, Silveira elogiou Mantega publicamente, durante participação no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça.

“É o ministro mais longevo no cargo de ministro da Fazenda da história da República”, disse o pessedista. “É alguém extremamente preparado, professor universitário, que reúne todas as condições.”

O Conselho de Administração é responsável pela eleição do comitê executivo, pela definição das diretrizes gerais da companhia e pela análise de projetos, além da avaliação de resultados. O colegiado é presidido por Daniel André Stieler e conta, ao todo, com 13 integrantes.

Mantega foi ministro da Fazenda de 27 de março de 2006 a 1º de janeiro de 2015, em gestões de Lula e Dilma Rousseff (PT). Antes, foi ministro do Planejamento, de 1º de janeiro de 2003 a 18 de novembro de 2004. Também ocupou a presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, entre 22 de novembro de 2004 e 27 de março de 2006.

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