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Bolsonaro pode ser enquadrado em crime de responsabilidade pela CPI, antecipa Aziz

O presidente da Comissão de Inquérito afirma que tem muitos indícios de crimes para enquadrar outros agentes públicos

Bolsonaro pode ser enquadrado em crime de responsabilidade pela CPI, antecipa Aziz
Bolsonaro pode ser enquadrado em crime de responsabilidade pela CPI, antecipa Aziz
Omar Aziz e Jair Bolsonaro. Fotos: Edilson Rodrigues/Agência Senado e AFP
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O senador Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI da Covid, afirmou que a comissão tem muitos indícios de crimes para enquadrar agentes públicos e que pode, inclusive, apontar para possíveis crimes de responsabilidade cometidos por Jair Bolsonaro. As declarações foram dadas em entrevista à revista Veja.

Segundo o parlamentar, o foco da comissão é o negacionismo e a omissão, compreendidos como principais fatores que levaram o Brasil ao caos durante a pandemia e que, por isso, a CPI pode enquadrar o presidente em crime de responsabilidade.

“Tenha certeza de que todos aqueles que foram omissos em relação à doença, numa conjuntura em que o negacionismo foi muito grande, terão de ser responsabilizados pelos seus atos. Se os indícios forem contra o presidente, não tenha dúvida de que ele estará no relatório final”, destacou.

Na entrevista, Aziz explicou que a comissão revelou três fatos que comprovam que o governo federal ‘nunca esteve voltada para a imunização’ e com irá buscar justiça contra todos os ‘responsáveis por todas as mortes que poderiam ter sido evitadas’.

“O primeiro é a propagação de medicamentos que não eram e nunca serão eficazes contra a Covid. Outro, muito difundido no início, foi o de que um percentual de contaminados iria imunizar todo mundo. Não existe imunidade de rebanho, e isso foi propagado pelo governo, por pessoas ligadas ao presidente e parlamentares. Isso é crime sanitário, que vai estar no relatório, e as pessoas responsáveis por essa propagação serão responsabilizadas. Por último, a questão mais grave é que o Brasil nunca apostou na vacina”, detalhou.

O senador destaca ainda que as comprovações nestes três casos seriam fortes e constam, por exemplo, em depoimentos como o de Fabio Wajngarten, ex-secretário de comunicação do governo, que comprovou, por meio de documentos oficiais, que o presidente e sua equipe negligenciaram as vacinas ao negar ao postergar a compra de imunizantes. Na apuração da negociação da Covaxin, segundo Aziz, também constariam provas contundentes contra integrantes do governo federal.

Aziz disse ainda que acredita que o relatório final não irá ‘virar letra morta’ nas mãos do aliado de Bolsonaro, o procurador-geral da República, Augusto Aras, a quem será submetido. Recentemente, parte dos senadores defendeu que as acusações contra o presidente sejam levadas diretamente ao Supremo Tribunal Federal para evitar que ocorra uma blindagem por parte da PGR.

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