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Aziz diz que CPI estuda ‘driblar Aras’ e enviar notícia-crime diretamente ao STF

A estratégia é vista como uma forma de evitar uma possível blindagem a Bolsonaro pelo procurador-geral da República

Senador Omar Aziz (PSD-AM). Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
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O presidente da CPI da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), afirmou que a cúpula da comissão estuda levar uma notícia-crime ao Supremo Tribunal Federal (STF) e não recomendar o indiciamento de integrantes do governo ao Ministério Público Federal (MPF), como de costume.

A estratégia é vista como uma forma de ‘driblar’ uma possível blindagem de Jair Bolsonaro por Augusto Aras, procurador-geral da República. A iniciativa foi revelada pelo senador em entrevista ao Valor Econômico.

“Um senador nos sugeriu que façamos uma notícia-crime direto no Supremo Tribunal Federal. Renan já tem muita coisa, temos que falar com especialistas para saber qual é a tipificação de cada crime e como deve ser usado. Não sou eu quem tenho que dizer que ele [Bolsonaro] pode responder por charlatanismo. Não tenho capacidade técnica para isso, não sou advogado”,disse Aziz.

Segundo o senador, a CPI levantou ‘fortes indícios de corrupção’, mas que muitas das suspeitas precisarão ser aprofundadas pela Polícia Federal e MPF. Também de acordo com a Aziz, há elementos que precisarão ser analisados pela Controladoria-Geral da União (CGU) e pela Receita Federal. “Tem coisas além da nossa mera imaginação”, justifica.

Na entrevista, o presidente da Comissão de Inquérito afirmou que a expectativa é encerrar os trabalhos dentro do prazo previsto, até no máximo dia 22 de setembro. Para ele, está chegando a hora de concluir os trabalhos para que a CPI não caia em descrédito e tome as providências necessárias.

“Sou da opinião de que tem que se concluir a CPI o mais rápido possível. Isso não é circo, não é espetáculo, temos que ter uma conclusão para tomar as providências necessárias”, destaca.

Aziz evitou tratar do papel dos militares nas gestão da pandemia e alegou se debruçar na atuação civil dos oficiais que compuseram a condução do governo, como o general Eduardo Pazuello, no Ministério da Saúde, e o coronel Élcio Franco, na Secretaria-Executiva da pasta. Na conversa, disse ainda que acredita não ter votos para convocar o ministro da Defesa, general Walter Braga Netto, apesar de considerar importante ouvi-lo.

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