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Bolsonaro falou em nome de ‘milicianos e neofascistas’ na ONU, diz Lula

Questionado pelo ‘La Reppublica’ sobre as chances de um golpe vindo do atual presidente, o petista disse não acreditar nesta possibilidade

O ex-presidente Lula. Foto: Reprodução/Rádio Sagres
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em entrevista para o jornal italiano La Repubblica nesta sexta-feira 1º disse que Jair Bolsonaro foi até a ONU para mentir e falar em nome de ‘milicianos e neofascistas’ que formam sua base eleitoral. Na entrevista, afirmou ainda não acreditar em um novo golpe no Brasil.

“O Bolsonaro foi à ONU para mentir. Uma fantasia. Ele descreveu um Brasil que só existe na cabeça dele. Bolsonaro falou em nome de seu público formado por milícias e neofascistas. Ele poderia contar à ONU uma verdade que é apreendida todos os dias: 15 milhões de desempregados, 30 milhões passando fome”, declarou Lula.

Questionado sobre as chances de um novo golpe vindo do atual presidente, Lula respondeu ‘tudo pode ocorrer no Brasil’, mas que pessoalmente não acredita nesta possibilidade de ruptura.

“Tudo pode acontecer no Brasil. Já houve um golpe em abril de 2016 quando a legítima presidente Dilma Rousseff foi derrubada com um impeachment que não tinha fundamento, nenhuma evidência. Mas se eu tiver que responder sua pergunta, acho que não”, disse. “Talvez aqueles que lideram o país hoje tenham dificuldade em deixar o poder. Mas, nesse caso, será a grande maioria dos brasileiros defendendo a democracia com o seu voto”, acrescentou.

O ex-presidente também analisou os motivos que levaram a extrema-direita ao poder. Para ele, nomes como Bolsonaro e Donald Trump venceram eleições usando a mesma estratégia: fake news.

“Quando há democracia, as pessoas também votam com base na quantidade e na qualidade da informação oferecida. No Brasil, a extrema direita venceu pelas notícias falsas, pela disseminação massiva e constante de mentiras. Assim foi nos Estados Unidos com Trump, assim aconteceu em muitos outros países”, explicou.

Lula voltou a defender a histórica existência da polarização, deturpada com a chegada de Jair Bolsonaro ao jogo político. Segundo explicou, a disputa entre dois lados sempre existiu, mas de forma democrática e saudável, algo que só teria mudado com o ex-capitão.

O petista cobrou ainda mais ‘coragem’ das esquerdas mundiais para ‘fazer escolhas’.

“A esquerda no mundo deve voltar a ter coragem de fazer escolhas. Defender estas escolhas e levá-las adiante. Acredito na participação, no confronto e no diálogo. Um país não pode ser confiado às soluções de um presidente, mas sim às pessoas que vivem a realidade todos os dias”, defendeu.

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