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Bolsonaristas escolhem novo líder na Câmara dos Deputados; conheça o ‘eleito’

O deputado Filipe Barros (PL-PR), citado por Bolsonaro na reunião que, segundo a PF, revelou a dinâmica golpista no governo, substituirá Carlos Jordy (PL-RJ), alvo da operação Lesa Pátria, na liderança do bloco da oposição

Deputado Filipe Barros (PL-PR). Foto: Bruno Spada / Câmara dos Deputados
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O deputado Filipe Barros (PL-PR) assumirá, nos próximos dias, a liderança da oposição na Câmara. Ele foi escolhido pelos parlamentares bolsonaristas para comandar o bloco na Casa de Leis no lugar de Carlos Jordy (PL-RJ).

A substituição ocorre em um momento em que Jordy tenta ganhar terreno na disputa pela Prefeitura de Niterói. Ele deve ser o candidato apoiado pelo clã do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na cidade. Barros também é pré-candidato a prefeito de Londrina (PR), mas teria aceitado dividir atenções do cargo de liderança com a pré-campanha nos próximos meses.

A troca, vale dizer, mantém o perfil extremista do bloco.

Jordy, que deixa o posto, é bolsonarista de primeira ordem e chegou a ser alvo de operação da Polícia Federal por suposta participação nos atos de 8 de Janeiro. Na ocasião, o parlamentar foi alvo de busca e apreensão após ser apontado como um dos líderes do movimento que invadiu e depredou as sedes dos Três Poderes em Brasília. Ele nega.

Barros, por sua vez, aparece como elemento-chave na reunião que, segundo a PF, revelou a dinâmica golpista no governo de Jair Bolsonaro. No vídeo do encontro, gravado por Mauro Cid e encontrado pelos investigadores, o ex-capitão anuncia que o deputado é quem organizou a apresentação sobre as urnas eletrônicas, que, de acordo com a investigação, embasariam dali em diante suas ações para tentar se manter no Poder.

O deputado também é investigado no Supremo Tribunal Federal no inquérito das fake news. Ele foi levado ao centro do caso quando participou, ao lado de Bolsonaro, de uma live sobre uma suposta invasão hacker ao sistema do Tribunal Superior Eleitoral. Na ocasião, eles vazaram propositalmente um inquérito sigiloso. Barros é suspeito de integrar a chamada milícia digital. O apontamento foi feito pelo governo federal, que acionou a Advocacia-Geral da União no caso, após o político disseminar notícias falsas sobre banheiro unissex em escolas.

O novo líder dos bolsonaristas foi eleito deputado federal, pela primeira vez, em 2019. Ele já foi também vereador por dois anos. Na atividade parlamentar, Barros é relator da proposta de lei para implantar o voto impresso no Brasil. Ele queria instalar uma impressora ao lado das urnas eletrônicas, mas foi derrotado na empreitada pouco antes do pleito de 2022.

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