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Atos golpistas geraram prejuízo financeiro de ao menos R$ 25,6 milhões
A maioria das despesas (83,5% do total) envolve a recuperação da infraestrutura de Palácio do Planalto, STF, Senado e Câmara dos Deputados


Os atos golpistas que aconteceram contra os prédios dos Três Poderes, em Brasília, geraram prejuízo financeiro de pelo menos 25,6 milhões. A projeção foi feita pelo Projeto Lupa nos Golpistas, da agência de checagem Lupa.
A apuração, feita com base em estimativas dos Poderes, aponta que a maioria das despesas (83,5% do total) envolve a recuperação da infraestrutura de Palácio do Planalto (R$ 7,9 milhões), STF (R$ 5,9 milhões), Senado (R$ 4,1 milhões) e Câmara dos Deputados (R$ 3,5 milhões). Os custos, no entanto, podem ser maiores.
Na Câmara, só os gastos com equipamentos de informática chegam a R$ 2,13 milhões. No Senado, os valores ficaram em pelo menos R$ 100 mil. Em ambas as casas, os prejuízos na área de segurança, como viaturas da polícia legislativa, chegam a R$ 714 mil.
Para além dos estragos materiais também há custos extras com as operações que precisaram ser deflagradas para conter a atuação dos golpistas. A ‘Operação Reintegra’ feita pela Polícia Federal para desmobilizar os atos golpistas pelo País teve custo de R$ 1,9 milhão aos cofres públicos.
A prisão de 1,4 mil pessoas envolvidas nos atos antidemocráticos também gerou custo extra ao sistema carcerário, uma vez que o grande volume de presos foi absorvido de uma única vez pelos presídios do Distrito Federal. A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seape) não deu detalhes sobre os gastos extras, mas confirmou que um preso custa ao estado R$ 2.450,19 por mês.
Segundo estimativa feita pela reportagem, que considerou que 939 presos tiveram as prisões em flagrante convertidas em preventivas (a lista do STF tem três nomes repetidos), o prejuízo até agora foi de pelo menos R$ 2,3 milhões.
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