Após duas suspensões, IBGE promete divulgar Censo 2022 no final de junho

Nos últimos anos, o instituto sofreu um esvaziamento financeiro que impossibilitou a realização do levantamento

São Paulo é o estado com a maior taxa de recusa aos pesquisadores - Imagem: Agência IBGE

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O IBGE publicou um comunicado na quarta-feira 3, afirmando que o Censo Demográfico de 2022 será divulgado “impreterivelmente, em 28 de junho“. 

O último Censo do instituto foi o de 2010. Em 2020, o orçamento foi transferido para os gastos com a pandemia, e em 2021 foi suspenso pela falta de verba. 

A nota diz que o esforço de apuração do instituto, junto ao apoio do Ministério do Planejamento e Orçamento, foi responsável pela contratação de equipe que recenseou milhões de pessoas — que finalizarão a pesquisa de campo até 28 de maio. 

“A etapa de apuração do Censo, iniciada neste ano, foi bem sucedida junto a diversos territórios censitários, como a Terra Indígena Yanomami, comunidades em grandes capitais e regiões metropolitanas e também junto a bairros de alto padrão”, aponta o texto.

Afirma também que “o trabalho técnico realizado por servidores do IBGE e o acompanhamento de especialistas externos convidados para avaliação dos dados do censo foram realizados com êxito”.

As informações do Censo são a principal fonte de referência para o conhecimento das condições de vida da população a nível nacional e com detalhamento dos recortes territoriais internos que são extremamente importantes para a formulação de políticas públicas nacionais. 


O levantamento foi suspenso em 2021 por falta de recursos, diante dos vetos da gestão Bolsonaro no orçamento da União.  

Dos R$ 3,4 bilhões necessários para realizar a pesquisa, segundo a direção do IBGE, só foram aprovados R$ 2 bilhões. 

No período, a redução do valor gerou discordâncias também no comando do IBGE, a chefe Susana Cordeiro Guerra deixou o posto, que foi assumido pelo então diretor de pesquisas Eduardo Luiz Gonçalves Rios Neto. 

O caso foi ao STF, e o então governador do Maranhão, atualmente ministro da Justiça, Flávio Dino, entrou com ação contra o cancelamento do censo. 

Em 2022, outra possível suspensão foi cogitada, mas não veio à tona. 

Os números ainda são alvo de preocupação sobre sua confiabilidade. O ex-presidente do instituto, Roberto Olinto, criticou as decisões técnicas, metodológicas e orçamentárias da nova gestão do IBGE sobre o censo preliminar, que podem levar a possíveis erros. 

 

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