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Após 18 anos, governo faz o último pagamento do Bolsa Família nesta sexta-feira

O programa federal será substituído pelo ainda incerto Auxílio Brasil

Cartão do benefício do Bolsa-Família. Foto: Governo do Piauí
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Os beneficiários do Bolsa Família recebem, nesta sexta-feira 29, a última parcela do auxílio.  A partir de novembro, o programa que completou 18 anos e foi considerado modelo mundial de transferência de renda será substituído por outro benefício social.

Criado pela Medida Provisória 1.061, o Auxílio Brasil é o programa para o presidente Jair Bolsonaro chamar de seu, considerado por analistas como uma medida puramente populista. Há dúvidas sobre o novo benefício, pois ainda não está definido a origem dos recursos.

O Auxílio Brasil foi anunciado primeiramente com o valor mínimo de 400 reais, mas o governo federal precisou rever o valor, concedendo, para o mês de novembro, apenas um reajuste de 20% no valor do Bolsa Família. 

No entanto, a falta de reajuste nos valores do programa desde 2017, somado à alta inflação dos últimos 12 meses, tornam a correção de 20% ineficiente. 

Segundo economistas, para recuperar as perdas desde 2014, o Bolsa Família precisaria ser reajustado em mais de 32%, muito longe do prometido por Bolsonaro. 

A necessidade de reajustar os valores prometidos pelo novo programa está relacionado com o atraso da aprovação da PEC dos Precatórios, que prevê um limite para pagamento das dívidas da União reconhecidas pela Justiça, liberando espaço no Orçamento. 

Caso não seja aprovada nos próximos dias, o governo federal cogita prorrogar o auxílio emergencial por mais alguns meses, até que o Auxílio Brasil tenha fonte.

No entanto, o Auxílio Emergencial e o Bolsa Família atingem públicos diferentes, o que deixaria parte da população mais vulnerável, em situação ainda mais devastadora. 

O Palácio do Planalto queria aprovar a PEC dos Precatórios nesta semana na Câmara, mas a votação do projeto foi adiada três vezes.

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