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‘Acham que se o cara voltar vai ter gasolina a 3 reais’, diz Bolsonaro sobre Lula
A apoiadores, o ex-capitão ainda defendeu a ausência na COP-26: ‘Levaram uma índia para atacar o Brasil’
O presidente Jair Bolsonaro voltou a mencionar a disputa eleitoral de 2022 e a criticar o ex-presidente Lula, que lidera as pesquisas de intenção de voto. Em contato com apoiadores no cercadinho do Palácio da Alvorada nesta quarta-feira 3, disse que “não pode quem tem 25 ou 30 anos não saber o que aconteceu há até 10 anos”, em referência aos governos do petista.
“Tem gente que quer voltar ao mesmo tipo de gente que colocou o Brasil em situação difícil. Tem gente que acha que se o cara voltar vai ter gasolina a 3 reais e gás a 50”, afirmou Bolsonaro. Em relação ao preço dos combustíveis, tornou a se eximir de responsabilidade e a lançar a culpa sobre governadores.
“A Petrobras tem problemas? Tem. Ela se aparelhou com legislação para se autoproteger. Igual ao preço por paridade internacional, que é uma lei de 2016. Alguns falam que eu posso interferir. Eu respondo civil ou criminalmente. Agora, o grande vilão é o ICMS”, insistiu.
O cenário internacional também foi tema da interação, que durou cerca de 20 minutos. Ele ironizou as críticas à sua ausência na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, em Glasgow, na Escócia. Também fez uma crítica direta à índia brasileira Txai Suruí, de 24 anos, ativista de Rondônia que defende os povos Suruí. Ela é filha de Almir Suruí, uma das lideranças indígenas mais reconhecidas na luta contra o desmatamento na Amazônia.
“Estão reclamando que eu não fui para Glasgow. Levaram uma índia para substituir o Raoni e atacar o Brasil. Alguém viu algum alemão atacando a energia fóssil da Alemanha? Ou a França? Ninguém critica o próprio país. Só aqui”, declarou Bolsonaro a apoiadores. Ele ainda alegou ter sido “muito bem recebido” na Itália, onde participou da cúpula do G20, e se gabou de ter um suposto apoio do Catar e da Arábia Saudita.
Sem provas, o presidente também voltou a insinuar uma supernotificação de mortes por Covid-19. “Eu vou pegar um estudo deles (da Itália), confirmar a veracidade… Estão lá dizendo quantos morreram com Covid e de Covid. É uma coisa que tem de ser discutida.”
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