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Acampamento golpista no DF oferecia massoterapia e teatro de fantoches
Os detalhes da estrutura aparecem em denúncia encaminhada pela PGR ao ministro Alexandre de Moraes, do STF


O acampamento bolsonarista instalado em frente ao quartel-general do Exército em Brasília funcionava como uma espécie de vila, oferecendo inúmeros serviços aos golpistas apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Além de locais para refeições, feira, transporte e atendimento médico, os extremistas contavam com sala para teatro de fantoches, massoterapia, espaços destinados a reuniões, carregamento de aparelhos eletrônicos e recebimento de doações.
O detalhamento da aglomeração golpista consta da denúncia oferecida nesta segunda-feira 23 pela Procuradoria-Geral da República ao ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, relator do caso.
Na peça, a PGR acusa 54 integrantes do acampamento, que já passaram por audiência de custódia e estão presos no Distrito Federal. As denúncias apontam prática de associação criminosa e de incitação ao crime equiparada pela animosidade das Forças Armadas contra os Poderes Constitucionais.
Ao todo, 98 pessoas já foram alvos de ações penais por causa dos atos terroristas no Palácio do Planalto, no Congresso Nacional e no Supremo Tribunal Federal.
De acordo com o Ministério Público Federal, as investigações sobre os responsáveis pelas mobilizações têm foco em quatro núcleos: executores materiais, autores intelectuais e instigadores, financiadores e agentes públicos que se omitiram.
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