O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, avaliou a proposta do arcabouço fiscal apresentada pelo governo federal como ‘super positiva’. A declaração foi dada nesta quarta-feira 5 em um evento público do Banco Bradesco registrado pelo site G1.
“Nossa avaliação é super positiva, reconhecemos o esforço. Vamos ver aí com vai se passar o processo de aprovação no Congresso, se vai ter alguma modificação”, disse Campos Neto sobre o marco fiscal.
Os detalhes da proposta foram apresentados na semana passada pelos ministros Fernando Haddad e Simone Tebet. Na ocasião, explicaram a nova relação entre a despesa e a receita e adoção de bandas, além dos mecanismos de correção de rota em caso de necessidade. A intenção do governo é encaminhar o texto final para o Congresso até o dia 15 de abril.
Mais adiante, o presidente do BC tornou a elogiar o ‘esforço’ do ministro para eliminar o risco de uma ampliação desmedida da dívida pública brasileira:
“Outro ponto importante, acho que é reconhecer o grande esforço que o ministro Haddad tem feito…que o governo tem feito. Eu acho que o que foi anunciado até agora elimina um risco de cauda, para aqueles que achavam que a dívida poderia ter uma trajetória mais explosiva”, avaliou o banqueiro.
De acordo com Campos Neto, porém, o novo regramento fiscal não tem ‘relação mecânica’ com a taxa básica de juros estipulada pelo BC. Segundo defendeu, a adoção da medida fiscal, não necessariamente, levará à queda da Selic.
“É importante delinear alguns limites. O primeiro é que não existe relação mecânica entre o fiscal e taxa de juros, às vezes na forma como é colocada”, destacou o presidente do BC. “O importante pra gente é atuar dentro do sistema de metas, nós temos uma meta de inflação, olhamos as expectativas”.
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