CartaCapital
Efeito borboleta
A população gaúcha paga um elevado preço pela irresponsabilidade dos governantes e parlamentares com a preservação ambiental
Em Canoas, na Grande Porto Alegre, um grupo de crianças brinca em uma sala nas dependências da Universidade Luterana do Brasil, a Ulbra. Sobre as mesas estão distribuídos brinquedos, jogos e doces. Enquanto os pequenos se distraem, os monitores anotam à mão o nome de cada um, separados de suas famílias durante os resgates em áreas inundadas da cidade. Visivelmente abalado, um homem entra no local e pergunta pelo filho desaparecido. “Só tinha lugar para mais um no barco”, relata o pai, que entregou o garoto aos cuidados dos militares. Ao conferir o nome do filho na lista, o homem desata a chorar. Os monitores tampouco conseguem conter as lágrimas no reencontro.
Nem todos os pais tiveram a mesma felicidade. No domingo 5, havia 249 crianças e adolescentes desaparecidos no município, segundo o Conselho Tutelar. Na noite da terça-feira 7, passadas mais de 48 horas, ao menos cem ainda não haviam sido encontrados. Pior que a angustiante procura só a constatação da tragédia consumada. Em Roca Sales, no Vale do Taquari, uma família inteira sucumbiu a um deslizamento de terra. Sob os escombros da residência, bombeiros encontraram quatro pessoas abraçadas, entre elas uma criança de, aproximadamente, 3 anos de idade. A quinta vítima foi encontrada no lado de fora da casa.
Um minuto, por favor…
O bolsonarismo perdeu a batalha das urnas, mas não está morto.
Diante de um país tão dividido e arrasado, é preciso centrar esforços em uma reconstrução.
Seu apoio, leitor, será ainda mais fundamental.
Se você valoriza o bom jornalismo, ajude CartaCapital a seguir lutando por um novo Brasil.
Assine a edição semanal da revista;
Ou contribua, com o quanto puder.